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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Depressão e Estilo de Vida

“A maior solidão é a do ser que não ama...”
Vinicius de Moraes (l913-1980) carioca, diplomata, poeta, compositor.

Solidão permanente sempre está associada com depressão. Há mais de vinte anos a depressão, no Brasil, começou a se destacar como o maior índice  de morte em idosos com mais de sessenta anos. Até nossos dias ainda não se chegou a uma conclusão sobre as variadas causas da doença. Teorias mais aceitas são as que relacionam desequilíbrio químico entre os neuro transmissores do cérebro como a oxitocina, quando em  níveis muito baixos, fica  associada aos casos de suicídios. Também a dopamina quando em níveis baixos, por exemplo, provoca a imobilidade e tremor dos pacientes com mal de Parkinson, pois este neurotransmissor regula o controle motor. Outro neuro transmissor a serotonina, regula o humor, memória e aprendizado.

O pior tipo de depressão é o associado com várias comorbidades como diabetes, acidente vascular cerebral (AVC), além do mal de Parkinson e Doença de Alzheimer. Fatores que independem de outras doenças, como a insatisfação com a vida que está levando, a perda de um ente querido, a mágoa por não ter conseguido fazer tudo o que queria e a falta do desejo sexual, principalmente para o homem, também contribuem para o aparecimento da depressão.

Recentemente (agosto de 2014) todo o mundo surpreendeu-se com o suicídio do grande ator de cinema Robin Williams com 63 anos, muito conhecido por atuações em filmes onde a comédia é preponderante. 

Também sofria de Parkinson, foi alcoólatra e dependente de drogas. Ninguém poderia supor que um ator capaz de provocar o riso pudesse suicidar-se. Faz lembrar aquele anedota antiga de um paciente que foi consultar um psiquiatra recém chegado à sua cidade. O médico anotou suas queixas e recomendou que ele fosse se divertir um pouco mais com um palhaço do circo. O paciente respondeu: pois é, doutor, o palhaço desse circo sou eu mesmo.

Dados recentes divulgados em São Paulo informam que no período dos últimos dezesseis anos houve crescimento de até 705% de óbitos por suicídio em pacientes com depressão nos idosos de mais de sessenta anos e até com mais de oitenta anos, principalmente em mulheres, em 2012.

A escolha de um estilo de vida mais saudável, que contemple alimentação equilibrada, atividades  físicas, relacionamento com amigos e parentes, leituras de livros, não ter raiva nem guardar ressentimentos, são formas práticas a se adotar diariamente e possíveis de serem realizadas.

Os anos futuros serão sempre melhores quando se aceitam os infortúnios inesperados.

Quando sozinho não conseguir superá-los, vá consultar um psiquiatra.
         
Luiz Freitag 
(agosto 2014) 

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