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sexta-feira, 9 de maio de 2014

HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES


Ir.'. Jorge Nagado
Certa ocasião – era fins de abril, há muitos anos – uma amiga pediu-me para escrever algo falando sobre a mãe. Seria para – em maio - colocar no mural do Cooper, um dos clubes dos quais sou associado.

- Mãe de quem?,  perguntei.

A pergunta tinha conotação irônica: falar da mãe é difamar; que falem de sua mãe, é ofensa que ninguém  admite.

Chico Anísio, se não me falha a memória,  certa vez lembrou que “o dia das mães é comemorado exatamente 9 meses após a comemoração do dia dos pais...”

É a presença do machismo jocoso  envolvendo a mãe,  na concepção.

Carlos Estevão uma vez escreveu um diálogo entre  a mãe e o filho da mãe...

O filho da mãe, ali, era  aquele garotinho malcriado,  perverso,  assim  como poderia ser um adulto canalha, um mau caráter,  na expressão popular.  A propósito,  filho da mãe  é também aquele garotinho que, quando a mãe o repreende por  ter  feito alguma coisa errada, responde, irônico:

- “É... quem  mandou...” 

Não tenho ideia de como teria surgido  aquele significado.

Alguém disse que o homem concebe o filho em alguns minutos,  e a mãe  o carrega no ventre, até que ele fique  “prontinho”, após 7 ou 9 meses, e... pela vida  toda!

Também no mundo animal, mãe é mãe: concebe seus  filhotes, cria-os, alimenta-os, protege-os e defende-os contra tudo e contra todos. Até contra os animais mais perigosos. E com que valentia!...  Os filhotes sabem que na companhia da mãe estão protegidos. Por isso seguem-na, até aprenderem a sobreviver  por si mesmos.  Mas, jamais se comportam como um filho da mãe.

Victor Hugo escreveu: “As mulheres são fracas, mas as mães são fortes”.

Na verdade, “Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de deus; e pela constância de sua dedicação, tem muito do anjo; que, sendo jovem, pensa como uma anciã e, sendo velha, age com as forças da juventude. Viva, não  lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas  as dores se apagam e, morta, tudo o que somos e  tudo o que temos daríamos para vê-la de novo, e receber um aperto  de seus braços, uma palavra de seus lábios.” 

Não sei quem foi Don Ramón Angel Jara.

Mas foi ele quem escreveu essa belíssima página, aqui numa tradução de Guilherme de Almeida. 

Penso que algo muito mais belo que  o amor,  que  a razão,  ou as células, une mãe e filho.

Talvez seja uma mistura de tudo isso, temperado com o uma pitada de instinto, uma colher (das de sopa) de intuição, tudo isso levado ao fogo brando, em banho-maria, carinhosamente mexido, até formar uma só matéria, consistente e  indissolúvel.

Como cobertura, uma benção divina!
(Escrevi isso... Não foi exposto no mural. Queriam só uma frase...)

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