"Não existe amor mais sincero do que aquele pela comida"
George Bernard Shaw (1856-1950),
escritor satírico e dramaturgo irlandês.

Pesquisas com ratos comprovaram o modo como eles adquiriram o hábito de comer por compulsão vários alimentos selecionados, principalmente os que continham os mais altos teores de gorduras e calorias.
Outro trabalho recente dos pesquisadores americanos do Scripps Research Institute, na Flórida (EUA), Paul M. Johnson e Paul J. Kenny foi publicado na revista Nature Neuroscience. Nesta pesquisa, que levou 3 anos para ser concluída, os autores utilizaram 3 grupos de ratos.Um dos grupos foi induzido a ingerir cocaína ou heroína e outro grupo foi induzido a comer sempre determinados alimentos. O terceiro grupo podia comer de tudo. Tanto um grupo como o outro criaram uma compulsão que chegou a um estado vicioso, sendo pior no terceiro grupo, que ficou com sobrepeso.
Esse trabalho pioneiro mostrou como são prejudiciais ao organismo as chamadas comidas “junk-foods” – comidas porcarias – bem como os chamados “fast-foods” - comidas rápidas –cuja composição leva muito pão,queijos gordos, gorduras em geral de embutidos como salsicha, bacon e presunto, bem como os bolos de chocolate e a famosa “cheese cake”. Essa questão foi mostrada em um filme “A dieta do palhaço”, já visto no Brasil (existe em DVD), onde o próprio diretor do filme se sujeitou a comer durante 30 dias só em lanchonetes. Ficou com altas doses de colesterol ruim (LDL), baixa taxa de bom colesterol (HDL) e aumentou seu peso geral, surgindo hipertensão arterial.
Uma importante conclusão que se pode tirar dessa pesquisa é a de que tanto a dependência das drogas como dos alimentos tem um mesmo mecanismo cerebral. Os ratos apesar de sofrerem choques elétricos para não mais comer, continuavam comendo pelo prazer que sentiam. Este prazer é o mesmo exercido pelas drogas e é comandado por um neurotransmissor no cérebro chamado dopamina 2, muito conhecido pelos médicos. É o mesmo neurotransmissor que provoca o prazer sexual e o estímulo para o consumo cada vez maior para drogas.
A transposição destas experiências para os humanos é fácil de avaliar, pois a dopamina é um desses neurotransmissores do cérebro humano. Também se pode inferir como pode surgir a obesidade, incluindo a obesidade abdominal, e a dificuldade de a pessoa perder peso. Como em outros temas apresentados , já constatamos o perigo da obesidade abdominal ,tanto para crianças, homens e mulheres, com a possibilidade maior de surgirem doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVC). E o aumento dos obesos é cada vez mais crescente. Basta ver nas ruas, adolescentes, bem como homens e mulheres na faixa dos 50 anos ou mais. Também é um problema para as pessoas que já chegaram à chamada terceira idade. Se estas pessoas nunca sofreram nenhuma doença, o excesso de peso com o passar do tempo, acarretará o aparecimento de hipertensão arterial e diabetes.
Para prevenir, recomendamos seguir algumas orientações principais, para sempre:
1. Se for hipertenso, continue tomando os medicamentos receitados pelo seu médico. Não pare mesmo que a pressão já tenha chegado aos níveis aceitáveis.
2. Se estiver com tendência a engordar, peça ao seu médico para lhe explicar como medir a curvatura abdominal. As medidas aceitas atualmente são: para homens até 100 cm e para mulheres 88 cm.
3. Seu médico também pedirá alguns exames de sangue essenciais como hemograma, colesterol e frações, triglicérides e glicemia, entre outros.
4. Se for diabético , continue tomando os remédios e faça o regime com a orientação do médico ou nutricionista. Nunca faça uma dieta da moda.
5. Exercícios físicos e caminhadas diárias de 20 a 30 minutos são indispensáveis. Se chover, faça em casa um exercício com pesos leves ou esteira.
6. Não esqueça de ter os seus prazeres pessoais ao alimentar-se, desde que não sejam os viciantes. Coma com moderação.
7. Também mantenha, na medida do possível, uma vida sexual ativa e saudável, adaptada à sua idade.
A recompensa virá nos anos proveitosos e felizes que se seguirão para desfrutar até – quem sabe? - os 100 anos ou mais.
Luiz Freitag
Autor do livro “Como transformar a terceira idade na melhor idade”. Ed. Alaúde (SP). Membro titular da Academia de Medicina de S.P.
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