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domingo, 24 de fevereiro de 2013

LONGEVIDADE E SAÚDE

*Luis Freitag
 
Até a poucos anos considerava-se a velhice como “um poço de doenças”.  Quanto mais idosa mais  doenças a pessoa teria. Em nosso século XXI já podemos afirmar que essa questão agora poderá  se tornar um mito. A medicina, em todo o mundo, evoluiu muito na preservação da saúde, tanto física como mental. Hoje se consegue, com êxito, prevenir moléstias , antes consideradas inevitáveis com o passar dos anos.
Hipertensão arterial, diabetes mellitus,principalmente o tipo 2, doenças ósseas e de- pressão ,entre tantas outras, já não são mais vistas como doenças que só pioram com a idade avançada. Essas patologias também se desenvolvem  em indivíduos mais jovens e necessitam de tratamento  contínuo. A  eficácia é maior quanto  mais cedo se iniciar a descoberta da doença e tratamento.

Não se pode mais  aceitar condições que possam piorar a qualidade de vida  dos idosos quando apresentam  estas enfermidades . No entanto , recentemente foram publicados vários estudos na  Revista Médica Lancet, da maior credibilidade,mostrando   que idosos podem estar vivendo mais, porém apresentam  piora da qualidade de vida.
 Em 180 países,  incluindo o Brasil, foram analisados vários itens como aparecimento  de doenças em geral ,internações hospitalares e mortalidade em idosos entre 1990 e 2010. A hipertensão arterial foi a patologia com maior risco para a saúde por motivo de inúmeras complicações associadas `a falta de prevenção. Nesses anos estudados, foi  verificado que deu-se maior relevância ao  tratamento da AIDS, malária e tuberculose ignorando-se parcialmente a prevalência  das doenças já citadas, que podem levar à incapacidade ou até à morte.
Outras doenças consideradas de alto risco para a saúde nessa pesquisa  de 2010:  alcoolismo,tabagismo, pouca ingestão de frutas, obesidade, diabetes, baixo peso em crianças,poluição ambiental e sedentarismo, como já mostramos em outros textos.
Um dos temas mais estudados atualmente diz respeito à obesidade, sendo só ela responsável por 3 milhões de mortes em todo o mundo em 2010, mais do que a desnutrição.
O que se observa no Brasil, principalmente em certas cidades interioranas  do  Rio Grande do Sul é a existência de grande número de idosos até com mais de 90 anos  gozando de boa saúde, o que tem  sido objeto de estudos na Pontifícia Universidade Católica. Mesmo assim, as mulheres nessa faixa etária  sobrevivem mais anos do que os homens. Ocorre que as mulheres, em geral, em todos os estudos realizados mostram que elas  tem maior cuidado com alimentação,exercícios físicos e vida social. O encontro diário com amigas e parentes da mesma faixa etária,  mas também com a juventude, mantém a sua melhor qualidade de vida.
A Organização  das Nações Unidas (ONU) está preparando para este ano de 2013, ainda no primeiro semestre,um grande  conclave mundial, para estudo do impacto das doenças  crônicas,visando combater  diabetes, câncer e doenças cardíacas,principalmente. Espera-se que as resoluções deste conclave  imponham diretrizes para serem seguidas imediatamente em todo o mundo. E assim poderemos aumentar a longevidade mundial com melhor qualidade de vida.                 

 
*Dr. Luiz Freitag
Sócio fundador da Seção São Paulo da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
Membro titular da Academia de Medicina de São Paulo.

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