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quinta-feira, 10 de abril de 2014

RAIVA E INFARTO


Autor: Ir.'. Luiz Freitag
Médico Geriatra
Já há muitos anos comenta-se, entre médicos e leigos, que a raiva mata. Entretanto, ainda não há comprovação dessa assertiva. A Universidade de Harvard publicou, em janeiro deste ano, um importante estudo que levou mais de sete anos de  pesquisas  para avaliar a relação entre raiva e outras emoções, na gênese de infarto.

A partir de 1959 os médicos cardiologistas americanos Meyer Friedman e Ray Rosenman expuseram  suas  teorias  de  estudos  dividindo os pacientes  em  três tipos de personalidade, de acordo com seu comportamento, denominados tipo  A, B e C.

Os indivíduos do tipo A são extremamente competitivos, explosivos. Qualquer atitude que os desagrade, como críticas ao seu trabalho, pode deixá-los nervosos, com raiva, externando muitas vezes suas emoções em rompantes, com gritos e até agredindo o ofensor.

Os do tipo B já são mais tranquilos, fazem seu trabalho com meticulosidade, não realizam várias tarefas ao mesmo tempo e procuram cumprir o seu descanso  diário.

Já os do tipo C podem ter ambição de se desenvolver, mas se mostram inseguros.

Desde essa época vários estudos com pacientes portadores de doença coronariana mostraram que os indivíduos do tipo A tinham infartos com mais frequência do que os do tipo B,  mas não se comprovaram as causas.

As atuais pesquisas de Harvard compreendem uma revisão de trabalhos médicos publicados  desde janeiro de 1966 até junho de 2013. Foram analisados 4.546 casos de infarto relacionados com crises de raiva, pelo menos até 2 horas após o ataque de fúria. Também foram constatados 462 casos de alterações agudas das coronárias, 590 acidentes vasculares cerebrais isquêmicos, 215 acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos e arritmias diversas em 306 pacientes.

Foi constatado que pacientes diabéticos ou com doenças cardiológicas associadas têm maior probabilidade de sofrer infarto após um ataque de raiva. Entretanto, não foi possível detectar causas biológicas para explicar a relação entre o ataque cardíaco e a raiva. O que se pode afirmar é que o estresse emocional enfrentado pelo organismo aumenta a frequência cardíaca e a pressão sanguínea. Durante a crise de raiva há um aumento  na liberação de hormônios tais como o cortisol que, conforme as repetições constantes se associam a outros na formação de aterosclerose. No caso de extrema fúria, pode ocorrer formação de coágulos no sangue, que conduzem rapidamente ao infarto.

O que podemos recomendar aos nossos Irmãos leitores, bem  como a você, amigo empresário, é tentar não se enfurecer  por qualquer motivo. Se você se enquadrar na classificação de indivíduo tipo A, como descrevemos acima, a possibilidade  de ter um infarto será maior.  Os psicólogos recomendam contar até dez antes de querer  se exaltar. Controle-se. Seu coração agradece.

Luiz Freitag

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