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quarta-feira, 9 de julho de 2014

COLÉGIO MAÇÔNICO "PARATODOS" - O Frontispício das Constituições de Anderson - 1723

O Colégio Maçônico "Paratodos" dedica-se à pesquisa e difusão de fontes da cultura maçônica que se comunicam em qualquer grau e, até mesmo com o conhecimento profano.


O FRONTISPÍCIO DAS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON



Homero Avila
A cena da gravura que ilustra e forma o título da obra constitucional de Anderson, elaborada pelo inglês John Pine (1690-1756), em Aldersgate Street, London, retrata o Grão-Mestre (o Duque de Montagu), passando o rolo das Constituições para o próximo (Philip, Duque de Wharton). Ambos estão acompanhados dos seus respectivos 1º e 2º Grandes Vigilantes, sendo importante destacar que também se faziam acompanhar de seus Deputados: Montagu com seu Deputado Sir Morris e Wharton com o Deputado Reverendo Jean Theophile Desaguliers, um dos principais mentores do texto ao lado de Anderson e, atuante articulador na reforma maçônica.

Interessante notar que, curiosamente, o reverendo James Anderson não aparece na gravura...

Ao fundo vislumbra-se uma representação da divisão do Mar Vermelho, recordando a bem sucedida travessia dos israelitas do Egito para a terra prometida. Isso pode significar na cena retratada a sobrevivência de uma tradição que estava em perigo, e que agora entrava num tempo de segurança. 

Os pilares representam as cinco ordens de arquitetura introduzidas na Inglaterra por Inigo Jones podendo também aludir aos cinco monarcas que apoiaram a reconstrução da Catedral de São Paulo por Sir Christopher Wren entre 1675 e 1708.

Abaixo, existe uma representação da proposição 47 de Euclides, um símbolo que é tradicionalmente associado com mestres passados. O 47º Problema de Euclides, é representado por 3 quadrados.

Embaixo da representação do 47º Problema de Euclides observa-se a palavra grega "Eureka" (famosa exclamação de Arquimedes "Eu encontrei"). 

No céu e na linha do Sol encontra-se alegorizada a figura de Apolo, deus grego do Sol (ou da luz). Era descrito como o deus da divina distância, que ameaçava ou protegia desde o alto dos céus, sendo identificado como o Sol e a Luz da verdade. Fazia os homens conscientes de seus pecados e era o agente de sua purificação; presidia sobre as leis da Religião e sobre as constituições das cidades, era o símbolo da inspiração profética e artística, sendo o patrono do mais famoso oráculo da Antiguidade, o Oráculo de Delfos, e líder das Musas. Era temido pelos outros deuses e somente seu pai e sua mãe podiam contê-lo. Era o deus da morte súbita, das pragas e doenças, mas também o deus da cura e da proteção contra as forças malignas. Além disso era o deus da Beleza, da Perfeição, da Harmonia, do Equilíbrio e da Razão.

A impressão geral é de grande triunfo em muitos níveis:. Os filosóficos e científicos, organizacionais e tradicionais, e os espirituais e transcendentais.

Os vários elementos contidos na cena se combinam e representam a visão de Anderson da história com o cuidado e atenção no desdobramento dos fatos em um plano divino.


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