
Autor
*Luiz Freitag
“A investigação das doenças progrediu de tal forma, que é quase impossível encontrar alguém totalmente saudável”.” - “ Admirável mundo novo” , 1932, livro de Aldous Huxley (1894-1963), romancista e ensaísta inglês”
É difícil definir o que é a morte, quanto mais o que é a vida.Em vários artigos, em diversos períodos, a revista americana “New Scientist“ produziu uma série de ensaios com personalidades do mundo atual sobre a questão do prolongamento da vida, mesmo convivendo com doenças crônicas e incapacitantes.
Esses ensaios motivam discussões a respeito da indústria farmacêutica, que não demonstra muito interesse em pesquisas sobre a cura de doenças crônicas. Pelo contrário, é dada maior ênfase à produção de numerosas drogas, que possam prolongar a vida desses pacientes, com manutenção das doenças crônicas, ainda sem perspectiva de cura.
É a velha questão do interesse econômico, que dá prioridade à produção de novos medicamentos, mesmo com efeitos colaterais. É mais lucrativo lançar novidades em medicamentos, sem investir em pesquisas de drogas que possam levar à cura de determinadas doenças.
Há maior índice de sobrevivência das pessoas mais idosas em todo o mundo, mas esse dado não garante que essa população esteja totalmente sadia. O que se pode assegurar é um menor índice de mortalidade em algumas doenças, comparando com a época de Huxley, falecido em 1963, mas houve o surgimento de novas doenças, como a AIDS.
É quase impossível calcular o número de medicamentos lançados no mercado mundial todos os anos. A América Latina tem sido um local onde os laboratórios farmacêuticos fazem testes com medicamentos e quando se constatam efeitos colaterais graves, o lançamento mundial do produto é cancelado.
Muitas vezes os próprios centros universitários estão comprometidos com a indústria farmacêutica, como é do conhecimento do grande público. Somente 14% dos resultados negativos ou prejudiciais causados por esses produtos são divulgados, ao passo que 90% dos resultados positivos são mais difundidos. É importante ressaltar que a maioria desses estudos utiliza como amostragem uma população que poucas vezes ultrapassa 60 anos.
Não é necessário mencionar, porque está na memória das pessoas, os nomes de várias drogas retiradas recentemente do mercado, devido a efeitos colaterais, mais nocivos do que os próprios benefícios trazidos pelo medicamento. Para exemplificar, remédios para artrite reumatóide e lesões da coluna lançados sem um estudo mais aprofundado, mostraram-se inadequados, provocando outras doenças.
Há um importante trabalho científico do Prof. Gurwitz, de 1994, publicado na revista médica americana “JAMA” , mostrando o seguinte: em ¼ dos idosos tratados com três ou quatro medicamentos, pelo menos um desses foi prejudicial.
Com bons remédios disponíveis para a manutenção da saúde, com receita médica e revisão periódica unindo-se ao avanço da tecnologia, é possível escolher o tipo de velhice que se quiser, excluindo-se, é claro, os fatores genéticos. Pode-se optar por ser um velho musculoso, um bom companheiro, um velho sábio ou ser uma mescla de todas as qualidades.
“Se o seu médico acha que é próprio da velhice a debilidade, a impotência ou algo parecido mude imediatamente de médico”. Esta afirmação é do saudoso médico e filósofo Prof. Jean Claude Nahoum, da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
*Luiz Freitag
geriavita1@uol.com.br
Autor do livro “Como transformar a terceira idade na melhor idade” – Ed. Alaúde
geriavita1@uol.com.br
Autor do livro “Como transformar a terceira idade na melhor idade” – Ed. Alaúde
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