Apesar de intimamente ligado ao prazer, à festa e às comemorações, o seu espumante preferido pode ser tomado em muitas ocasiões. Sua leveza, frescor e acidez, e o fato de que devem ser tomados resfriados (não gelados – qualquer bebida consumida numa temperatura próxima de zero anestesia o paladar e não permite ser realmente saboreada), combinam muito bem com o clima quente de nosso país.
Um bom espumante, qualquer que seja a sua nacionalidade, é talvez o melhor aperitivo que existe. Antes da refeição, antes do vinho tinto que vai acompanhá-la ou simplesmente vai ser o alvo da degustação, ou também para acompanhar a entrada, o petisco, o espumante se qualifica como ninguém. Desde, é claro, que esse acompanhamento não seja temperado demais ou de sabor muito marcante. Ninguém conseguiria saborear o espumante acompanhando sardella ou algo muito apimentado.
Também não convém deixar o espumante pro final. Depois de um vinho ou de uma refeição de sabor mais marcante o paladar já estará prejudicado para a sua sutiliza. Para encerrar o evento o melhor é um porto, um vinho doce de sobremesa ou, já fora do mundo dos vinhos, um licor.
Se ao invés de um espumante a escolha foi um champagne safrado, pode servir como acompanhamento para uma refeição de frutos do mar. Um champagne de safra mais antiga pode acompanhar até mesmo perdiz ou frango.
Ou seja: não só nos momentos especiais o espumante pode estar presente. Aliás, dependendo do espumante, ele terá o poder de tornar o momento especial.
Por exemplo, se o custo não for problema e você resolver ousar mesmo e experimentar o que há de melhor nesse mundo fascinante, e a escolha recair sobre uma cuvèe prestigie, além de preparar o bolso, escolha bem a ocasião. A escolhida por si só é um evento, então que seja para comemorar o nascimento de um filho, o aniversário de 25 anos de casamento, ou algo desse nível. Já que o seu paladar estará em festa, é melhor que seu coração também esteja, pois será um momento para não ser esquecido.
Nesta hora, em primeiro lugar, faça como aconselham os franceses. O abrir de uma garrafa de champagne não deve ser um estouro, como um tiro, mas um assobio. Depois de tirar o alumínio que envolva a rolha apóie o polegar sobre ela para impedi-la de voar. Com a outra mão destorça o arame que a prende, nem é preciso removê-lo por inteiro. Então, segurando a rolha com firmeza, comece a girá-la em uma direção enquanto gira a garrafa na outra, até ouvir o esperado assobio de parte do gás saindo. Uma especialista em vinhos conta em seu livro que um francês lhe disse uma vez que uma garrafa de champagne corretamente aberta não deve fazer maior ruído do que um suspiro de uma mulher satisfeita...
Mas vamos supor que a escolha tenha sido um champagne que é simplesmente um mito, a cuvèe prestigie da casa Louis Roederer: a champagne Cristal. Você sem dúvida alguma estará em boa companhia.
A Cristal tem este nome porque o antigo imperador da Rússia, o Czar, encomendou ainda no século XIX a Louis Roederer que fizesse seu champagne sob encomenda, apenas utilizando as melhores uvas das melhores vinhas. E mais: que enviasse esse tesouro em garrafas do mais puro cristal! E quando cada uma era esvaziada pelo Imperador e pelos seus convidados, a tentação de guardar a garrafa era enorme. Mas qualquer tentativa nesse sentido era impedida pelo próprio Czar, que dizia que aquilo que tinha sido saboreado era tão especial, tão extraordinário, que não deveria restar nada além da sua lembrança. E quebrava imediatamente cada garrafa de cristal...
Para saber mais:
Para saber mais:
Sobre vinhos em geral, não apenas espumantes:
A BÍBLIA DO VINHO, Karen Macneil, Ed. Ediouro;
THE WORLD ATLAS OF WINE, Hugh Johnson, Mitchell Beazley.
A BÍBLIA DO VINHO, Karen Macneil, Ed. Ediouro;
THE WORLD ATLAS OF WINE, Hugh Johnson, Mitchell Beazley.
Sobre a história do champagne:
CHAMPAGNE – COMO O MAIS SOFISTICADO DOS VINHOS VENCEU A GUERRA E OS TEMPOS DIFÍCEIS, Don e Petie Kladstrup, Jorge Zahar Editores.
CHAMPAGNE – COMO O MAIS SOFISTICADO DOS VINHOS VENCEU A GUERRA E OS TEMPOS DIFÍCEIS, Don e Petie Kladstrup, Jorge Zahar Editores.
Sobre espumantes e champagne:
WORLD ENCYCLOPEDIA OF CHAMPAGNE & SPARKLING WINES, Tom Stevenson, Dorling Kindersley;
4000 CHAMPAGNES, Richard Juhlin, Flammarion.
WORLD ENCYCLOPEDIA OF CHAMPAGNE & SPARKLING WINES, Tom Stevenson, Dorling Kindersley;
4000 CHAMPAGNES, Richard Juhlin, Flammarion.
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