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domingo, 30 de novembro de 2014

Joseph Paul Oswald Wirth e seu pensamento sobre o Trabalho Maçônico na Concepção Inglesa


Este post expõe o singular pensamento de um autor maçom. Para que possamos analisar e refletir sobre um texto produzido por ele, é importante conhecer um pouco da história desse escritor.

Joseph Paul Oswald Wirth nasceu a 5 de agosto de 1860, segundo algumas fontes, ou 1865 segundo outras, às 9 horas da manhã, em Brienz, um pequeno burgo suíço de apenas 2.500 habitantes situado às margens do lago de mesmo nome. Eram três irmãos. Dois morreram ainda jovens. Elisa, no entanto, nascida anos depois de Oswald, foi sua companheira mais constante da juventude à morte.

Wirth sempre foi modesto e frequentemente dizia tudo dever a Stanislas de Guaita, místico pertencente à nobreza, muito famoso, que ele conheceu em 1887 e de quem foi secretário. Sobre isso escreveu que: “Estabelecer relações com Stanislas de Guaita foi, para mim, um acontecimento capital. Ele fez de mim seu amigo, seu secretário e seu colaborador. Sua biblioteca ficou ao meu dispor e, beneficiando-me de sua conversação, tive nele um professor de Qabbala e de alta metafísica, tanto quanto de francês. Guaita deu-se ao trabalho de formar-me o estilo, de desbastar-me literariamente. Devo a ele o fato de escrever legivelmente”. Eis aí a dedicatória aposta por Wirth em Le tarot des imagiers du moyen âge, uma de suas obras mais conhecidas.

Mesmo que pudéssemos facilmente nos convencer do fato de Guaita haver ensinado a Oswald Wirth a arte de escrever bem, é inegável que o discípulo igualou, — se não ultrapassou mesmo, — o mestre, ao menos no domínio do simbolismo, sobretudo nessa obra Le tarot des imagiers du moyen-âge, onde retoma o estudo dos arcanos maiores que ele havia desenhado para Guaita. Contudo, de modo geral, Wirth sempre se mostrou bem mais interessado pela Franco-Maçonaria do que pela Rosa-Cruz, ao contrário de seu mestre.

Espírito poderoso, Wirth é considerado um dos mais completos teóricos do simbolismo que já existiram. Com Stanislas de Guaita, analisou o magnetismo em “L’Impositiom des Mains” (A imposição das mãos), o Tarô em “Le Tarot des Imagiers du Moyen Age” (O tarô no imaginário medieval), a astrologia, o hermetismo, o ocultismo sob as suas diversas formas em outras obras, assim como na longa série de seus estudos publicados na revista “Le Symbolisme” (O Simbolismo) e estudou, com o mesmo espírito, o esoterismo da “Serpente Verde” de Goethe e do mito babilônico de “Ishtar”.

É sua obra maçônica, no entanto, a que merece maior admiração e atenção. 

Iniciado em 1892, ele reagiu corajosamente, desde a sua juventude, contra o abandono lamentável do simbolismo. Sua oficina foi a Loja “Trabalho e Verdadeiros Amigos Fiéis” e, de acordo com suas próprias palavras, foi esta também a “sua Loja de eleição” no seio da Grande Loja de França.

Sua primeira obra, “Le Livre de L’Apprenti” é uma autêntica obra prima na parte dedicada à história da maçonaria, bem como surpreendente na abordagem simbólica. Este livro, porém, provocou escândalo e atraiu-lhe a hostilidade rancorosa do Grande Colégio dos Ritos do Grande Oriente de França que alertou as Lojas contra ele por meio de circular confidencial. Mesmo assim, Wirth persistiu e não deixou de publicar o “Livre du Compagnon” e o “Livre du Maître”, depois o “L’Idéal Initiatic” e o admirável “Mystères de L’Art Royal”.

Ao lado de admiradores sem reservas, Wirth encontrou críticos que o condenaram porque ele teria “usado o caráter equívoco dos símbolos para dissimular um pensamento mais profundo sobre o qual não se explica”. Não é de admirar que talvez tenha sido essa a razão pela qual a obra de Wirth não penetrou nas maçonarias anglo-saxônicas, onde o seu nome é pouco conhecido.

Finalmente, não é contestável que ele interprete a mitologia da maneira mais subjetiva, sem levar em conta os dados da arqueologia científica. Mas, em matéria de simbolismo, não se pode exigir objetividade, pois os símbolos são mesmo máquinas de imaginar, atuando como inspiração e sugestão. Sejam quais forem as críticas, para muitos, Oswald Wirth é não somente um grande iniciado, mas também um grande escritor, cuja linguagem clara e clássica lembra a de seu contemporâneo Anatole France.

Seu “Franc-Maçonnerie Rendue Intelligible à ses Adeptes” (A Franco-Maçonaria Tornada Inteligível a seus Adeptos) (I. Livro do Aprendiz. II. Livro do Companheiro. III. Livro do Mestre) foi reeditado em 1962-63 por “Le Symbolisme” com um excelente prefácio de Marius Lepage.

Oswald Wirth morreu a 9 de março de 1943, às 11 horas, e foi sepultado em Monterre-sur-Blourde, ao sul de Poitie. Deixou uma última carta que, foi escrita com toda a honestidade e sinceridade da qual pode ser capaz um adepto da Arte Real.


Fonte: Alec Mellor. Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco Maçons. SP, Martins Fontes, 1989, p. 350. 

Agora vamos ao texto onde Wirth expõe sua maneira pessoal de ver os trabalhos dos ingleses no início da maçonaria especulativa, vejamos.

O TRABALHO MAÇÔNICO NA CONCEPÇÃO INGLESA

Os Maçons ingleses jamais experimentaram a necessidade de imprimir aos seus trabalhos um caráter particularmente filosófico. Sublevando discussões no seio das Lojas, eles teriam receado infringir este espírito de fraternidade que a Franco-Maçonaria tem por missão essencial propagar e manter. Eles acreditaram sempre que era preciso contentar-se, em Loja, com praticar o ritual e nada mais. Também, no decorrer de suas reuniões, limitavam-se a proceder escrupulosamente, segundo todas as fórmulas, às recepções previstas. Como está aí, todavia, uma ocupação monótona, freqüentemente fastigiosa e sempre muito árida, compensavam-se a cada vez com um festim que consideravam honestamente merecido, tanto que era realizado com cerimônias ritualísticas, a disciplina mais perfeita sendo observada: cada um mantinha-se direito, solene e digno, sem permitir-se trocar a menor palavra com seu vizinho. Mas, quando os obreiros são chamados a passar do trabalho à recreação, e quando, fechados no templo, os trabalhos são retomados sob uma outra forma, ao redor da mesa de banquete, então, todo constrangimento desaparece, a mais franca cortesia se estabelece entre os convivas e é com o copo na mão que a fraternidade se manifesta verdadeiramente expansiva.

Foi porque as Lojas parisienses não conheceram primeiro outro modo de trabalho, que elas se reuniam invariavelmente em restaurantes. Houve quem procurasse explorar a situação, fazendo-se receber Maçom e
mesmo adquirindo o direito de manter Lojas. Ora, o Venerável Mestre que vendia comida e bebida tinha um interesse natural em preocupar-se, sobretudo, com seus interesses comerciais. Sob sua direção, os trabalhos maçônicos arriscavam-se muito a perder o caráter de dignidade que lhes convém.

Isso levou, por conseguinte, a graves abusos. Certas Lojas deram lugar, com efeito, a críticas infelizmente muito justificadas. Admitia-se não importa que candidato, contanto que ele estivesse em condições de subvencionar os custos da iniciação; depois, os “trabalhos de mastigação” tornaram-se abertamente a coisa essencial, a instrução maçônica concentrando-se com predileção sobre esse vocabulário grotesco e de modo algum iniciático, do qual se persiste às vezes em fazer uso nos ágapes ou banquetes da ordem.

Extraído da Obra: A Franco-Maçonaria Tornada Inteligível aos seus Adeptos de Oswald Wirth

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Campanha de ajuda à Santa Casa de São Paulo


IRMÃO MARCOS JOSÉ ABORDA ATITUDES SIMPLES PARA DIMINUIR ACIDENTES DE TRÂNSITO


Em entrevista concedida à Imprensa de Brasília, e que será publicada em sua íntegra na "Revista Digital", a ser lançada nos próximos dias e que será também impressa, o Soberano Grão-Mestre Marcos José da Silva, aborda "A tomada de consciência coletiva com respeito à vida do outro que é importante nessa questão", detalhando atitudes simples que poderiam diminuir os acidentes de trânsito.  Convidando-o para ler a revista e nos seus detalhes, a entrevista, destacamos alguns parágrafos de sua abordagem.
"...É preciso consciência sobre as consequências dos acidentes e repensar a questão do trânsito e suas implicações para a qualidade e bem estar do cidadão, e na maioria dos casos tal tomada de consciência só é realmente vivida por principalmente àqueles que são atingidos diretamente com a fatalidade gerada por uma colisão muitas vezes fatal..."
"...Em 2011, houve 28.349 casos de morte indenizados por acidentes de trânsito, ou seja, uma média diária de 77 mortes por dia. Já em seis dias de carnaval, considerando também a sexta-feira anterior, quando o tráfego aumenta devido às viagens, a média de ocorrências indenizadas saltou para 116 óbitos por dia. O levantamento é da Seguradora Líder DPVAT, administradora do seguro DPVAT..."
Para o Irmão Marcos José a consciência com o bem estar e a segurança no trânsito deve ser uma reflexão coletiva. "O mais importante em toda essa questão é priorizar a vida do outro também, ter respeito pelo ser humano e a partir da vivência desse pensamento consequentemente as atitudes mudam", finaliza citando as causas mais comuns de acidentes de trânsito:
Erro humano, em todo o mundo, é responsável por mais de 90 % dos acidentes registrados. Principais imprudências determinantes de acidentes fatais no Brasil: por ordem de incidência:
Velocidade excessiva;
Dirigir sob efeito de álcool;
Distancia insuficiente em relação ao veiculo dianteiro;
Desrespeito à sinalização;
Dirigir sob efeito de drogas.
Fatores determinantes das imprudências:
Impunidade / legislação deficiente;
Fiscalização corrupta e sem caráter educativo;
Baixo nível cultural e social;
Baixa valorização da vida;
Ausência de espírito comunitário e exacerbação do caráter individualista;
Uso do veículo como demonstração de poder e virilidade.

Pense sobre elas e evite que faça parte de alguma história com você ou mesmo com as pessoas que você quer bem.

domingo, 23 de novembro de 2014

Os Collegia Fabrorum

  • Origem dos Collegiuns


As fratrias gregas evoluíram para um tipo muito peculiar de organização, do qual viria a sair, em certo momento histórico, os chamados Collegia Fabrorum romanos e, mais tarde as associações obreiras conhecidas como Corporações de Ofício, ou guildas.

Isso ocorreu como resultado de um longo processo de adaptação à realidade histórica, cuja descrição não cabe nos limites estreitos deste trabalho, mas é importante ressaltar que a história da sociedade humana e das ações que se promovem para edificá-la não estaria completa sem uma alusão, ainda que de passagem, por esse importante tipo de organização que o mundo antigo produziu. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A Beleza do Idioma


A língua portuguesa, como última flor do Lácio, evolui e se entranha na árvore dos idiomas que sofre, com o tempo, o envelhecimento em virtude do rejuvenescimento da beleza e da cultura do nosso Latim em pó. Baseada nessa ideia, a escritora Patrícia Secco propôs reescrever Machado de Assis em Linguagem acessível e atual. No entanto, isso pode desconfigurar a arte do escritor e desfavorecer o estudo da língua.

Essa reescrita incentiva ler sem refletir, pois requer previamente a reflexão do "tradutor". Dessa maneira, o texto se torna triplamente subjetivo - experiências de Machado, Patrícia e do leitor - assim, com três interpretações a analisar, a leitura atenta aos detalhes Machadianos é dificultada, favorecendo-se então a incauta que absorve Patrícia sem Assis nem visão crítica do leitor.

A dificuldade e o possível viés provenientes dessa nova versão levam à redução do estudo aprofundado da beleza do Português - extrapolando-se o caso, uma simplificação de Olavo Bilac acabaria completamente com o propósito de uma escola literária. O desestímulo do estudo do Parnasianismo por meio da reescrita, por exemplo, não permitiria às próximas gerações amarem a língua assim, desconhecida e obscura.

Nessa visão, a literatura seria menos estudada e mais deturpada, com leitores cada vez menos críticos, frutos da versão doce e agradável do nosso rude e doloroso idioma. A beleza da linguagem não está na flor nem nas Raízes do Lácio, mas nos ramos de nós sem fim que unem o presente falado ao passado escrito da língua.


Renan de Luca Avila

O PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL


Segundo uma anedota muito contada, inclusive pelo próprio Che, Fidel, após a vitória, distribuía o ministério aos comandantes da guerrilha de acordo com suas qualificações profissionais. 

-Quem é agrônomo? 

-Eu! 

-Pois será o ministro da Agricultura. 

-Quem é advogado? 

-Eu! 

-Será o ministro da Justiça. 

Aí Fidel perguntou: 

-Quem aqui é economista? Guevara respondeu: 

-Eu! 

Fidel, surpreso, o nomeou presidente do banco central – e o designado ficou ainda mais perplexo. Terminada a reunião, Fidel chamou-o em particular:

– Che, todos sempre soubemos que você é médico, mas você nunca nos disse que também é economista. Que negócio é esse?

– Economista? Mas, Fidel, eu ouvi você perguntar quem é comunista!

NÃO DUVIDE! A CÉDULA ABAIXO É VERDADEIRA E PERTENCE À MINHA COLEÇÃO:

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Câncer de próstata – novos avanços


Como prevenção precoce, todo homem, entre 40 e 45 anos, deve consultar um urologista, mesmo não apresentando nenhum sintoma.

A palavra próstata vem do grego  prostatis,  que significa “o que está adiante”, no caso dos testículos. Trata-se de uma glândula do tamanho de uma noz, que produz um líquido, desde a adolescência do homem, juntando-se ao esperma e auxiliando a conduzir os espermatozoides até sua ejaculação, no final do orgasmo. Dentro dela, a testosterona, principal hormônio masculino, transforma-se em diidrotestosterona, responsável pelo controle do crescimento da próstata. Essa glândula foi descoberta pelo médico veneziano Niccolò Massa, em 1536.

Aos 20 anos, a glândula pesa 20 gramas. Com o passar dos anos, pode atingir 30 gramas ou pouco mais e ainda está dentro da normalidade. Sabe-se de casos de homens de mais de oitenta anos que nunca apresentaram aumento dessa glândula, nem outras alterações a ela relacionadas. São privilegiados pela natureza e pelas características dos seus genes, comprovando  que nem todos os homens sofrem de doenças da próstata.

O exame de ultrassonografia informa se há aumento ou hiperplasia, que pode ser benigna (HPB) ou maligna. Para constatar essa diferença o urologista faz o toque retal, método mais fácil e rápido de determinar a alteração da próstata. O médico verifica se a próstata está lisa ou rugosa, aumentada ou não. Notando alterações, serão solicitados outros exames, como, por exemplo, o antígeno prostático específico, que é uma proteína conhecida desde 1980 como PSA. Esse exame é realizado nas dosagens livre e total.

Estudos elaborados em universidades americanas desde 2004, com biópsia da próstata em três mil voluntários comprovaram a existência de câncer em 15% deles, mesmo apresentando normalidade ao toque e níveis de PSA considerados normais.

Como apontam esses resultados, qualquer homem acima de 45 anos deve fazer um exame urológico anualmente. Se houver casos de câncer na família, esse exame pode ser antecipado já aos 40 anos. Os principais sintomas de alterações prostáticas estão relacionados com a eliminação da urina:
  • urina com jato cada vez mais fraco;
  • dificuldade ou demora para começar a urinar;
  • necessidade de urinar com mais frequência;
  • acordar à noite para urinar várias vezes;
  • presença de sangue na urina.
Além da herança genética, que influencia em 10%, o meio ambiente, o sedentarismo, a alimentação muito rica em gorduras animais e o estilo de vida são considerados os principais fatores no surgimento do câncer de próstata.

É relativamente recente a aceitação de que o câncer de próstata é um dos mais graves -  até o final de 1980 esse tipo de doença era considerado raro. Em 1941, o Dr. Charles Huggins, do Canadá, pesquisou e publicou sua tese, mostrando a relação entre o câncer de próstata e o hormônio testosterona, o que lhe valeu o Prêmio Nobel de Medicina, em 1966.

No Brasil surgem 50 mil novos casos relatados por ano. É a segunda maior causa de câncer no homem, enquanto as lesões de pele continuam em primeiro lugar. A maior incidência ocorre na raça negra, o que está sendo estudado em todo o mundo para se descobrir  o porquê.

Quanto aos vários tipos de tratamento, em primeiro lugar vem a conduta médica de avaliação trimestral ou semestral do paciente, de acordo com  a graduação do tumor. Essa graduação está embasada na  Escala de Gleason, nome do médico que a formulou. A graduação vai de 1 (quando as células cancerosas ainda apresentam contornos bem definidos) a 5 (quando essas células já estão aglomeradas em sua totalidade).

Outra conduta adotada é o tratamento com hormônios, por meio de injeções ou comprimidos, que podem reduzir a ação maléfica da testosterona. A contraindicação maior reside no fato de que quase cem por cento dos pacientes terão osteoporose e perda de libido. Outros tratamentos envolvem a quimioterapia, que pode reduzir a multiplicação celular. A braquioterapia consiste na implantação, na próstata, de pequenas cápsulas de iodo ou ouro radioativo. Esse tratamento é indicado apenas para tumores iniciais, com baixo risco.

Também pode ser realizada a radioterapia com bons resultados a curto prazo, ocorrendo 20%  de recidiva. Hoje em dia ainda se considera como melhor tratamento a cirurgia com remoção total da próstata. Houve um grande avanço nos tipos de cirurgia, e a disfunção erétil permanente, que era um grande risco do pós-operatório, hoje ocorre em menor porcentagem.

Em 2008, no Congresso Americano de Oncologia em Chicago (EUA), foram apresentadas pesquisas, por médicos ingleses e americanos, com um novo medicamento – Abiraterona –que se mostrou eficaz em 50% dos casos com metástase. Esse medicamento continua em estudo para aprovação.

A maior expectativa, ainda em pesquisa, consiste num novo marcador no sangue, com a sigla EPCA-2, para detectar precocemente o câncer de próstata, com segurança  97% superior ao exame do PSA.

VITAMINA E e CÂNCER DE PRÓSTATA

Desde a década de 1990 foram divulgadas inúmeras pesquisas médicas associando Vitamina E a uma dieta mostrando que havia redução  do risco de câncer de próstata em homens saudáveis  a longo prazo. Porém, o seu mecanismo de ação ainda não foi comprovado.

Em 2004 um trabalho utilizando a vitamina E em ratos revelou que houve inibição do crescimento desse câncer, inferindo-se que a  vitamina E poderia ser o agente principal na morte de células cancerosas  da próstata em ratos. Outras pesquisas foram realizadas com associação de vitamina E e licopeno,mostrando que essa associação também aumentou o processo da morte das células cancerosas. O mecanismo dessa redução também nunca foi bem comprovado.

Até 2006 os médicos não especialistas e mesmo os urologistas, com base nesses estudos, prescreviam uma dose diária  de Vitamina E de 400 a 600 unidades internacionais( UI ) como complemento alimentar, que poderia colaborar para evitar o aparecimento de câncer de próstata em seres humanos.

Em outubro de 2011, um grande estudo que se estendia por 10 anos mostrou uma nova realidade. Esta  pesquisa foi publicada na prestigiada revista médica da  Associação Médica Americana(JAMA). Foram realizados estudos em 35.533 homens  com mais de 50 anos de idade em grandes centros nos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico, sem nenhuma suspeita de câncer de próstata. A conclusão foi surpreendente, porque ao contrário do que se sabia sobre os benefícios da Vitamina E e selênio, houve um aumento de 17% deste tipo de câncer. O trabalho é bem documentado com separação em 4 grupos de pacientes. O primeiro grupo só recebia Vitamina E.; o segundo grupo só recebia selênio; o terceiro grupo recebeu selênio e Vitamina E e o quarto grupo só placebo(substância inócua).

Já a partir de 2008, no andamento dessa pesquisa, os autores recomendaram a descontinuidade do suplemento de Vitamina E e selênio, por não ter ocorrido nenhum efeito protetor. O número de pacientes nos quais havia surgido câncer foi quase igual ao dos que tomaram o placebo.

Os autores não chegaram a uma conclusão sobre a causa que provocou o aparecimento do câncer de próstata nos homens que tomaram a Vitamina E.

Como prevenção primária, sem uso de Vitamina E, como produto químico ou outras suplementações, recomendamos que sempre se faça uma alimentação saudável, retirada diretamente da natureza e não acrescentar vitaminas de nenhum tipo, caso não haja indicação médica.  Frutas, vegetais e legumes como mamão, azeitonas, tomate, beterraba e espinafre, se consumidas diariamente, contêm a quantidade necessária  de Vitamina E para o organismo. Fica claro que outros alimentos com proteínas também são de uso normal, moderadamente.

Não esqueça  de praticar exercícios físicos ou caminhadas diárias de 30 minutos por dia, não fumar, diminuir  o peso, tratar hipertensão arterial e diabetes e fazer uma consulta, pelo menos  por ano ao seu médico, mesmo  que nada esteja sentindo, pois prevenir é melhor que remediar, como  já se sabe há muito tempo.

Tratamento novo

O aumento benigno da próstata pode aparecer em mais de 50% dos homens a partir dos 50 anos e 80% dos homens com 80 anos ou mais. Até agora o tratamento consistia em uso de medicamentos receitados por urologista ou alguma cirurgia.

Em dezembro de 2013 o Conselho Federal de Medicina (CFM), emitiu o Parecer 29/13, para apresentar  um novo procedimento que se denominou embolização das artérias da próstata. Este procedimento,no entanto, envolve um alto risco para a saúde dos pacientes.  Só poderá ser feito por médicos que fizerem  um curso especializado e aprovados em radiologia chamada intervencionista.  Nunca deverá ser decidido como primeira escolha para tratamento da HPB. Também não é indicado em casos de câncer da próstata. Uma decisão definitiva para aprovação deste procedimento só poderá ser feita após 5 anos de acompanhamento dos pacientes que forem tratados.

Em explicação bem resumida, pode-se afirmar que um médico urologista intervencionista especializado para esta cirurgia, introduz um catéter na artéria femural  para chegar até a próstata. São injetadas microesferas que impedirão a injeção de sangue, diminuindo desta maneira o tamanho da próstata, que é a finalidade deste procedimento.

Por enquanto, esta técnica está sendo testada em Hospitais-escola para melhor avaliação. É um tratamento caro e inacessível  pelo SUS. Atualmente está sendo utilizada no Hospital das Clínicas de São Paulo para pacientes que apresentarem obstrução leve, como quando eles tiverem jato fraco da urina, ardência e urgência para urinar.

A Sociedade Brasileira de Urologia(SBU) só está recomendando a utilização desta técnica em casos experimentais, assim como já fizeram as Sociedades de  Urologia da Austrália e Nova Zelândia.
              
A conclusão da SBU é a de que é necessário aguardar mais alguns anos e mais estudos para se comprovar a eficácia e segurança deste novo tratamento para todos os pacientes com  Hiperplasia Benigna.

Dr. Luiz Freitag
Médico Geriatra

sábado, 1 de novembro de 2014

SÃO JOÃO, DE ONDE VINDES?



"Difícil falar em Maçonaria sem citar São João."


Homero Avila
O arquétipo de São João é uma das mais importantes fontes da espiritualização maçônica, cuja origem praticamente nos remete a tempos imemoriais, eis que não se prende a estudos e teorizações, mas sim à persecução humana de um estado de Graça Divina que vem resistindo ao tempo apenas com base nos exemplo e prática virtuosa de um modo de vida guiado pela retidão de caráter, amor ao próximo e fé em Deus. São João é o mais importante guia para o crescimento e aperfeiçoamento moral de Maçons do mundo inteiro.

A virtuosidade do padroeiro da Maçonaria, é, por assim dizer, aquilo que cada maçom “quer ser quando crescer”...