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sábado, 30 de novembro de 2013

FREDERICO II versus VOLTAIRE

 
Em 1740, Voltaire recebeu o convite para visitar Frederico II, rei da Prússia. Teve que separar-se de Mademoiselle Du Châtelet entre mútuas lágrimas... pois o monarca não admirava a presença de mulheres. Frederico, cognominado “o déspota esclarecido” atraiu o filósofo para sua corte de cientistas, escritores, compositores e bajuladores que parasitavam no palácio de Sans-Souci. Voltaire pagou para ver, pois como poderia um déspota ser esclarecido ou sendo esclarecido tornar-se déspota? Para ilustrar o tipo de relação de Frederico II com os pensadores e artistas, vale narrar o episódio envolvendo Johann Sebastian Bach que esteve na corte de Potsdam em 1747. Um jornal contemporâneo conta que, ao deparar-se com o sexagenário kapellmeister Bach, Sua Alteza Augusta dirigiu-se ao cravo e, de nariz empinado, improvisou um tema musical como desafio ao grande gênio. Despoticamente esclarecido, determinou que Bach elaborasse uma composição baseada naquele tema real repleto de escorregadiços cromatismos. Bach conteve-se diante daquele arrogante. Permaneceu mais algum tempo na corte, participando de concertos junto ao flautista Frederico II que era a figura central nos saraus de câmara de Sans-Souci. Antes de despedir-se, desincumbiu-se do desafio, superando as expectativas: compôs a famosa Oferenda Musical BWV 1079 “super thema regium” que assombrou o rei, não apenas pela complexidade técnica e beleza estética, mas pelos inúmeros jogos de palavras e enigmas musicais que Sua Alteza Augusta teria que decifrar: “quaerendo invenietis”, escreveu Bach – procure e acharás. Entre os dois alemães o episódio terminou aí, sem maiores consequências. Mas, com Voltaire foi diferente, Frederico deu-se mal: o iluminista, sempre compromissado com a verdade e a igualdade social, denunciou a promiscuidade sexual da corte e as sérias dificuldades políticas vividas em Potsdam por conta de o prussiano "detestar mulheres e ter estranhas preferências para seus prazeres". Foi além: ridicularizou os péssimos versos do monarca e riu de suas composições musicais desajeitadas. Os detalhes dessa fase da vida, Voltaire narra em suas Memórias (1759). Acusou o pensamento íntimo do rei que consistia numa "liberdade relativa" onde os cidadãos nada mais eram do que servos cabisbaixos das ordens do Estado. Mais ou menos como hoje, só que os que poderiam ser voltaires do nosso século não sabem rir, estão amordaçados ou comprados. Voltaire aceitou brincar de gato-e-rato com a lâmina afiada de Dâmocles, bajulado pelos cortesões fascinados apenas pelo mistério oculto em seu sorriso enigmático. A nobreza, suficientemente ignorante para acompanhar o voo daquela águia, contentava-se em admirar seus olhos penetrantes e seu bico sorridente. Então, Voltaire mergulhava das alturas e fazia versos para entreter uns poucos escolhidos. Estremeceu os letrados e entrou em rota de colisão com Maupertius, presidente da Academia de Berlim. Foi a gota que faltava, acabou sendo literalmente banido da corte.
 


 
http://zmauricio.blogspot.com.br/

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Oportunidades de Emprego na Internet.

Oportunidades de Emprego na Internet.

Com frequência são enviados currículos de amigos e familiares que estão buscando uma recolocação no mercado de trabalho. Para facilitar o processo de recolocação seguem abaixo algumas referências e orientações:

1.     Google – Buscar vagas nos grupos do Google
Requisito - Ser usuário do Gmail
Pesquisar:   “vagas”

2.     Yahoo - Buscar vagas nos grupos do Yahoo
Requisito - Ser usuário do Email do yahoo
Pesquisar:   “vagas” 
(sakuda, oportex, rhbrasil)

3.     Twitter
Requisito - Ser usuário do Twitter
Seguir:  @vagas_executivo, @MichelPageBR, @Curriculumvagas, @vagas, @vagasexecutivas

4.    Facebook – Entrar para os grupos:
Branchout, Tallent.me

5.     Linkedin – Pesquisar “Jobs”

6.    Vagas.com


7.    Glassdoor.com

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Esquerda e direita - por Antônio Prata

A esquerda acha que o homem é bom, mas vai mal – e tende a piorar. A direita acredita que o homem é mau, mas vai bem – e tende a melhorar.
A esquerda acusa a direita de fazer as coisas sem refletir. A direita acusa a esquerda de discutir, discutir, marcar para discutir mais amanhã, ou discutir se vai discutir mais amanhã e não fazer nada. (Piada de direita: camelo é um cavalo criado por um comitê)....

Temos trânsito na cidade. O que faz a direita? Chama engenheiros e constrói mais pontes. Resolve agora? Sim, diz a direita. Mas só piora o problema, depois, diz a esquerda. A direita não está preocupada com o depois: depois é de esquerda, agora é de direita.
Temos trânsito na cidade. O que faz a esquerda? Chama urbanistas para repensar a relação do transporte com a cidade. Quer dizer então que a Marginal vai continuar parada ano que vem?, cutuca a direita. Sim, diz a esquerda, mas outra cidade é possível mais pra frente. A direita ri. “Outra” é de esquerda. “Isso” é de direita.

Direita e esquerda são uma maneira de encarar a vida e, portanto, a morte. Diante do envelhecimento, os dois lados se dividem exatamente como no urbanismo. Faça plásticas (pontes), diz a direita. Faça análise, (discuta o problema de fundo) diz a esquerda. (“filosofar é aprender a morrer”, Cícero). Você tem que se sentir bem com o corpo que tem, diz a esquerda. Sim, é exatamente por isso que eu faço plásticas, rebate a direita. Neurótica! — grita a esquerda. Ressentida! — grita a direita.

A direita vai à academia, porque é pragmática e quer a bunda dura. A esquerda vai à yoga, porque o processo é tão ou mais importante que o resultado. (Processo é de esquerda, resultado, de direita).

Um estudo de direita talvez prove que as pessoas de direita, preocupadas com a bunda, fazem mais exercícios físicos do que as de esquerda e, por isso, acabam sendo mais saudáveis, o que é quase como uma aplicação esportiva do muito citado mote de Mendeville, de que os vícios privados geram benefícios públicos — se encararmos vício privado como o enrijecimento da bunda (bunda é de direita) e benefício público como a melhora de todo o sistema cardio-vascular. (Sistema cardio-vascular é de esquerda).
Um estudo de esquerda talvez prove que o povo de esquerda, mais preocupado com o processo do que com os resultados, acaba com a bunda mais dura, pois o processo holístico da yoga (processo, holístico e yoga são de extrema esquerda) acaba beneficiando os glúteos mais do que a musculação. (Yoga já é de direita, diz alguém que lê o texto sobre meus ombros, provando que o provérbio correto é “pau que nasce torno, sempre se endireita”).

Dieta da proteína: direita. Dieta por pontos: esquerda. Operação de estômago: fascismo. Macrobiótica: stalinismo. Vegetarianismo: loucura. (Foucault escreveria alguma coisa bem interessante sobre os Vigilantes do Peso).

Evidente que, dependendo da época, as coisas mudam de lugar. Maio de 68: professores universitários eram de direita e mídia de esquerda. (“O mundo só será um lugar justo quando o último sociólogo for enforcado com as tripas do último padre”, escreveram num muro de Paris). Hoje a universidade é de esquerda e a mídia, de direita.

As coisas também mudam, dependendo da perspectiva: ao lado de um suco de laranja, Guaraná é de direita. Ao lado de uma Coca-Cola, Guaraná é de esquerda. Da mesma forma, ao lado de um suco de graviola, pitanga ou umbu (extrema-esquerda), o de laranja vira um generalzinho. (Anauê juice fruit: 100% integralista).

Leão, urso, lobo: direita. Pinguim, grilo, avestruz: esquerda. Formiga: fascismo. Abelha: stalinismo. Cachorro: social democrata. Gato: anarquista. Rosa: direita. Maria sem-vergonha: esquerda. Grama: nacional socialismo. Piscina: direita. Cachoeira: esquerda. (Quanto ao mar, tenho minhas dúvidas, embora seja claro que o Atlântico e o Pacífico estejam, politicamente, dos lados opostos aos que se encontram no mapa). Lápis: esquerda. Caneta: direita. Axilas, cotovelo, calcanhar: esquerda. Bíceps, abdomem, panturrilha: direita. Nariz: esquerda. Olhos: direita. (Olfato é sensação, animal, memória. Visão é objetividade, praticidade, razão).

Liquidificador é de direita. (Maquiavel: dividir para dominar). Batedeira é de esquerda. (Gilberto Freyre: o apogeu da mistura, do contato, quase que a massagem dos ingredientes). Mixer é um caudilho de direita. Espremedor de alho é um caudilho de esquerda. Colher de pau, esquerda. Teflon, direita. Mostarda é de esquerda, catchupe é de direita — e pela maionese nenhum dos lados quer se responsabilizar. Mal passado é de esquerda, bem passado é de direita. Contra-filé é de esquerda, filé mignon é de direita. Peito é de direita, coxa é de esquerda. Arroz é de direita, feijão é de esquerda. Tupperware, extrema direita. Cumbuca, extrema esquerda. Congelar é de direita, salgar é de esquerda. No churrasco, sal grosso é de esquerda, sal moura é de direita e jogar cerveja na picanha é crime inafiançável.

Graal é de direita, Fazendinha é de esquerda. Cheetos é de direita, Baconzeetos é de esquerda e Doritos é tucano. Ploc e Ping-Pong são de esquerda, Bubaloo é de direita.
No sexo: broxada é de esquerda. Ejaculação precoce é de direita. Cunilingus: esquerda. Fellatio: direita. A mulher de quatro: direita. Mulher por cima: esquerda. Homem é de direita, mulher é de esquerda. (mas talvez essa seja a visão de uma mulher — de esquerda).

Vogais são de esquerda, consoantes, de direita. Se A, E e O estiverem tomando uma cerveja e X, K e Y chegarem no bar, pode até sair briga. Apóstrofe ésse anda sempre com Friedman, Fukuyama e Freakonomics embaixo do braço. (A trema e a crase acham todo esse debate uma pobreza e são a favor do restabelecimento da monarquia).
“Eu gostava mais no começo” é de esquerda. “Não vejo a hora de sair o próximo” é de direita.

Dia é de direita, noite é de esquerda. Sol é de direita, lua é de esquerda. Planície é de direita, montanha é de esquerda. Terra é de direita, água é de esquerda. Círculo é de esquerda, quadrado é de direita. “É genético” é de direita. “É comportamental” é de esquerda. Aproveita é de esquerda. Joga fora e compra outro, de direita. Onda é de direita, partícula é de esquerda. Molécula é de esquerda, átomo é de direita. Elétron é de esquerda, próton é de direita e a assessoria do neutron informou que ele prefere ausentar-se da discussão.

To be continued (para os de direita)

Under construction (para os de esquerda)

sábado, 16 de novembro de 2013

SINGELO TRIBUTO AOS JOVENS HÁ MAIS TEMPO QUE NÓS

Vocês já notaram que muitos idosos são bastante felizes?
 
Muitos riem mais, brincam mais, parecem crianças, andam pela rua como se estivessem procurando alguém para uma boa e longa prosa... Mesmo andando de bengala, de andador ou de fraldas, brincam com as crianças porque também são uma por dentro.
 
Sinceramente os idosos são gente muito boa, principalmente os que conseguem se transformar novamente em crianças...
 
Entretanto, não nos esqueçamos da existência de outros que igualmente merecem nosso amor, atenção e carinho mas, estes infelizmente não tiveram a sorte de voltar a sentir por dentro o espírito da doce inocência criança, antes de encerrar sua jornada.
 
Alguns, por alguma razão perderam suas famílias. Outros, talvez nunca as tenham tido. Não menos pior, são aqueles que adoeceram e sofrem por isso. De qualquer modo são pessoas que precisam de alguém que os faça sentir, mesmo que poucos momentos, a alegria de estar vivo.
 
COLABORE E PARTICIPE
DO NATAL DO LAR DIVINO AMIGO - 2013

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

SAPERE AUDE! O ESCLARECIMENTO EM KANT

Alan Lopes de Oliveira
 
“Sapere aude! Tenha coragem de fazer uso de seu próprio entendimento.”
(Kant)
 
Kant, em seu artigo Resposta à pergunta o que é Aufklärung, propõe um esclarecimento, ou seja, a saída do homem de sua menoridade. Essa menoridade é a falta da capacidade do indivíduo para usar sua própria razão sem o auxílio do outro. O próprio homem é culpado dessa menoridade, pois ele mesmo não aproveita de sua razão e sim se serve sempre do outro para alcançar suas respostas.
Muitos são os motivos que levam o homem a cair em uma menoridade intelectual, dentre eles a preguiça e a covardia, pois é mais fácil se acomodar na menoridade do que se libertar dela. É, por exemplo, mais fácil basear-se em coisas já prontas do que tentar formular novas ideias; é mais fácil cair em um comodismo intelectual, já que sair dessa menoridade exige esforço. Mas, também deve se levar em conta a dificuldade para o homem de se libertar desses princípios, pois há uma cultura que o acompanha, na qual foi educado dessa forma.
 
Para o homem obter o esclarecimento “porém nada mais se exige senão liberdade” (KANT, Resposta à pergunta…). Kant entende liberdade como condição e fundamento moral:
 
Ora homem é, acima de tudo, um ser livre e isto se manifesta e se realiza, na dimensão da práxis. Realiza-se na práxis a passagem das inclinações da natureza sensível para a razão pura. É a partir da pura razão que se deve estabelecer a norma do agir do homem. (OLIVEIRA, A filosofia na crise da modernidade, p.20-21)
 
Essa liberdade, por vários motivos, o homem não tem aproveitado, pois se prende a dogmas e crenças que o restringem à menoridade. Menoridade essa que se percebe no mundo contemporâneo de maneiras diversificadas. Em salas de aula, alunos que simplesmente se fecham em seus dogmas e não se abrem a novos horizontes, não querem conseguir um crescimento intelectual, pois os mesmos pensam em terminar seus devidos cursos e prosseguir com suas vidas. Pessoas fechadas em seus devidos trabalhos, que nunca buscam um avanço em suas profissões, pois os mesmos caem em um comodismo e se contentam com o que têm e nunca pensam no futuro.
 
Quanto mais o homem usar de sua razão mais ele é livre, mais ele poderá usufruir de uma liberdade intelectual e não se prender a fatos e acontecimentos históricos para pautar suas teorias e assim poder formulá-las com a capacidade de seu próprio intelecto.
 
Mas até que ponto o homem verdadeiramente está livre para usar de sua razão? Até que ponto o homem realmente pode expor suas ideias de maneira livre, sem medo de uma condenação ou algo parecido?
 
Kant, em seu artigo Aufklärung, expõe de maneira bem clara que muitas pessoas estão presas por determinadas instituições e não podem simplesmente expor suas ideias como querem, pois cada instituição tem suas regras, caminhos que cada pessoa integrante da mesma deve seguir, pois são princípios básicos para se estar na mesma. Por exemplo: pessoas que fazem parte de uma determinada religião, devem se portar como a religião pede, seguindo o credo que a ela prega. Pessoas que trabalham em determinadas áreas, também têm que se portar como a empresa pede, pois, se não fosse assim, a empresa demitiria o funcionário que não seguisse suas normas.
 
Como, então, se libertar dessa menoridade se por várias situações as pessoas estão presas por normas? O homem deve fazer aquilo que faz de modo plausível. O homem que está na sociedade deve fazer o que faz da melhor maneira possível, e não somente fazê-lo desinteressadamente. O homem deve estar na sala de aula a fim de adquirir conhecimento, deve levar a sério a todo instante, deve buscar esse conhecimento cada vez mais. O homem que trabalha para seu sustento deve trabalhar da melhor maneira possível, não se prendendo somente a um trabalho que leve ao comodismo de fazer sempre a mesma coisa, e sim usufruir de sua área de serviço para um crescimento. E o homem religioso também deve fazer uso de seu conhecimento para poder crescer. Mesmo ligado a dogmas religiosos, ele tem o direito e a total liberdade de expor ao público ouvinte suas ideias, mas para o mesmo fazer isso, deve-se examinar bem tudo antes de explicitá-la para não haver o risco de se cair em erros. Fazendo isso, e fazendo bem, talvez até contribua para um melhoramento do credo da devida religião.
 
O homem, por estar nesse processo de racionalidade, deve sempre procurar o melhor para si e para a sociedade, deve sempre buscá-lo com um crescimento pessoal. O homem é um ser entregue às suas próprias mãos, pois ele deve buscar com seus próprios esforços o seu desenvolvimento.
 
Em beneficio da sociedade, o homem deve fazer um bom uso público de sua razão. Usando dessa razão com liberdade de expressão, podem se gerar inúmeros benefícios para a sociedade, dentro de vários campos como, por exemplo, o político, pois todo homem é um ser político, ele está inserido na sociedade e com isso se dá o compromisso de cada um com a mesma.
 
Enfim, a grande questão que se levanta é: “vivemos em uma época esclarecida?” O mesmo que Kant questionou a respeito de sua época pode estender-se à nossa. A resposta é não. Não vivemos em uma época esclarecida, estamos longe disso, e sim vivemos em uma época em que se busca constantemente o esclarecimento.
 
Referências
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento [Aufklärung]. In: Textos seletos. Petrópolis: Vozes, 1974, p 100-107.
OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. A Filosofia na crise da modernidade. São Paulo: Loyola, 1989.
 
http://pensamentoextemporaneo.wordpress.com/2009/07/11/sapere-aude-o-esclarecimento-em-kant/

sábado, 9 de novembro de 2013

MANIFESTO DO NADA NA TERRA DO NUNCA

LOBÃO, OU TUDO AQUILO QUE A ESQUERDA DE BUTIQUE ESCANDALIZA-SE AO LER (SE É QUE ELA LÊ ALGO )
Creomar Baptista
 

A ignorância é a raiz do sofrimento e livrar-se dela a suprema conquista do indivíduo. Mas, no Brasil, o gigantesco sistema de cerceamento do pensar meticulosamente implantado ao longo de mais de quatro décadas instalou-se confortavelmente nos “aparelhos ideológicos de Estado” (termo do pseudo-filósofo francês Louis Althusser que designa instituições de ensino, religiões, mídia etc) praticamente impedindo que qualquer um – ao longo de seu ciclo de vida – incline-se a expressar o mais tímido ponto de vista que “fira” normas tácitas do “pensamento correto”.

AMEM - IVº ENCONTRO

Momentos do IVº Encontro Presencial da AMEM – Associação de Médicos Maçons
Abaixo a presença de IIr.’. Castilho, Edilson e Delmar Jofre no Encontro da AMEM, ativos participantes de Grupos Hospitaleiros, sempre preocupados em bem servir à Família Maçônica em suas necessidades de saúde. A AMEM muito deve a estes Grupos de IIr.’. no que tange não só a divulgação de seu trabalho, como também o auxílio em pedidos de auxílios diversos que nos chegam pela internet... Nossos agradecimentos, portanto, e justa homenagem.
Em anexo, a minuta da ATA do IVº Encontro para conhecimento dos IIr.’..
 
TFAbração
Ir.’.  Alfredo Roberto Netto
Fones: (11) 9.9686.7324 - VIVO
ou (11) 3101.2650
 
 
Representante do Grupo SOS-Maçons: Donizete de Castilho, professor e aeroportuário, membro da ARLS Hospitaleiros de Guarulhos 4230 GOSP/GOB.
 
Representante do Grupo Hospitaleiros do Brasil:  Edilson Barbosa, médico clínico geral, membro da ARLS Loja Justiça 12, GOPR, oriente de Maringá/PR.
 
Representante do Grupo Hospitaleiros de Guarulhos:  Delmar Jofre da Silva Soares, Cirurgião Plástico e Médico do Trabalho, membro da ARLS Estrela da Paz 2696 GOSP/GOB, oriente de São Paulo/SP.

 
Segue a Ata

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A VOZ DO SILÊNCIO

"Há só uma senda até ao Caminho; só chegado bem ao fim se pode ouvir a Voz do Silêncio. A escada pela qual o candidato sobe é formada por degraus de sofrimento e de dor; estes só podem ser calados pela voz da virtude. Ai de ti, pois, discípulo, se há um único vício que não abandonaste; porque então a escada abaterá e far-te-á cair; a sua base assenta no lodo fundo dos teus pecados e defeitos, e antes que possas tentar atravessar esse largo abismo de matéria, tens de lavar os teus pés nas águas da renúncia. Acautela-te, não vás pousar um pé ainda sujo no primeiro degrau da escada. Ai daquele que ousa poluir um degrau com seus pés lamacentos. A lama vil e viscosa secará, tornar-se-á pegajosa, e acabara por colar-lhe o pé ao degrau; e, como uma ave presa no visco do caçador sutil, ele será afastado de todo o progresso ulterior. Os seus vícios tomarão forma e puxá-lo-ão para baixo. Os seus pecados erguerão a voz, como o riso e soluço do chacal depois do sol se por; os seus pensamentos tornar-se-ão um exército e levá-lo-ão consigo, como um escravo cativo."


A VOZ DO SILÊNCIO

Helena Petrovna Blavatsky
(Traduzido por Fernando Pessoa)

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A COMPLACÊNCIA



 
Homero Avila
A revolta social ocorrida em nosso país, hoje travestida e transformada em bandos de saqueadores mascarados, é a mais surpreendente que já ocorreu por aqui.

De repente surgiu uma população nas ruas que parecia ter se libertado da masmorra e encontrado a luz. Parecia!

Mas, foi só.

Em princípio a série de manifestações causou surpresa porque sempre fomos uma população que dificilmente se revolta e sai às ruas para defender seus direitos.

Hoje é comum contemplar diariamente, pela TV, depredadores do patrimônio e da ordem pública.

Uma coisa não se pode negar: os “protestos” foram e continuam sendo um ótimo sinal, mas somente para aqueles que conseguem formar sua própria opinião.

O problema é que no meio da multidão que se lança nas ruas, existe uma boa parcela da população carente de decisão e coragem para fazer uso de seu próprio entendimento sem a orientação alheia. Esses, fazem parte da massa de manobra política.

Também paira no ar um certo comodismo contemplativo que se forma a partir da desinformação orquestrada que tem como consequência a aceitação pacífica de tudo.

Necessitamos da uma cura para esse mal!

Do contrário, ver-se-á a ascensão de um reinado gramsciniano de desordeiros mascarados, cujo preço será a nossa própria segurança, em que pese tudo quanto já pagamos pelo “socialismo à brasileira” imposto pelos governantes eleitos.

Certa feita, Olavo de Carvalho, brasileiro e pensador contemporâneo, falando a respeito da falta de esclarecimento e suas consequências nefastas à vida de um povo, traçou uma analogia tão engraçada quanto verdadeira. Dizia ele que em certos casos a natureza havia contemplado algumas mulheres com o hímem complacente, mas que somente ao povo brasileiro havia feito farta distribuição da complacência retal, tamanha a capacidade dessa gente para suportar tudo quanto lhe empurram, às vezes também goela abaixo...

Pois bem.

sábado, 2 de novembro de 2013

PROPORÇÕES HUMANAS (AGRIPPA)

 
AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE DUAS FIGURAS ILUSTRANDO AS PROPORÇÕES DO CORPO HUMANO POR HEINRICH CORNELIUS AGRIPPA
 
Por Ir.´. William Steve Burkle KT, 32°
Scioto Lodge No. 6, Chillicothe, Ohio.
Philo Lodge No. 243, South River, New Jersey
Tradução José Antonio de Souza Filardo  M.´. I .´.
 
Símbolos foram usados pelo homem primitivo como a forma mais antiga de escrita. Com muitas ilustrações simbólicas, grande cuidado foi tomado para enfeitar, decorar e adornar o símbolo; algumas vezes para esclarecer o significado simbólico e em outras para ocultar ou ofuscar o conteúdo simbólico.  Este trabalho explora dois exemplos clássicos de ilustrações simbólicas que aparecem no Livro Dois, Capítulo xxvii dos Três livros de Filosofia Oculta [i], [ii] pelo notável Alquimista do século XVI, Henry Cornelius Agrippa, intitulados “Da Proporção, Media e Harmonia do Corpo Humano”. Estes símbolos são figuras geométricas muito complexas, acompanhadas por referências obscuras a conceitos filosóficos.  A exploração intentada neste trabalho enfocará especificamente as propriedades geométricas das figuras.
 
Figuras de Agrippa
 
As relações proporcionais exclusivas mostradas pelo corpo humano parecem ter sido conhecidas em tempos antigos. Vitrúvio (cerca de 30 A.C) no Livro III de seu tratado De Architecture [iii] detalhou estas proporções por escrito como segue:
 
“O umbigo está naturalmente posicionado no centro do corpo humano e, se em um homem deitado com sua face para cima, e suas mãos e pés estendidos, de seu umbigo como centro, um círculo pode ser descrito, ele tocará seus dedos das mãos e dos pés. Não é somente por um círculo que o corpo humano é assim circunscrito, como pode ser visto, colocando-o dentro de um quadrado. Porque se medindo dos pés até o topo da cabeça, e, então os braços totalmente estendidos, descobrimos que esta última medida é igual à primeira; de modo que linhas nos ângulos retos entre si, fechando afigura, formarão um quadrado.”
 
Esta descrição (cerca de 1487) foi usada por Leonardo Da Vinci para criar o famoso desenho intitulado o Homem Vitruviano.
 
(Figura 1) [iv] Figuras semelhantes à de Leonardo foram criadas durante um longo período (algumas antes, algumas depois) por Filósofos e Artistas, tais como Hildegard von Bingen (1098-1179), Fra Giovanni Giocondo (1435-1515), Bartolommeo Caporali  (1442-1509),  Cessare  Cesariano  (1483-1543),  Francesco  di  Georgio  (1482-1489),  Robert  Fludd  (1617) e Eliphas Levi (1810-1875).
 

Figura 1 - Leonardo (Leonardo da Vinci, Homem Vitruviano, 1492. Pena, tinta, aquarela e pena de metal sobre papel, 343 x 245 mm (Galleria dell'Accademia, Veneza)