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sábado, 31 de agosto de 2013

Sonhos Lúcidos


Trata-se de sonhar, mantendo a consciência de que tudo ali é um sonho. Em outras palavras: acessar o estado mental dos sonhos, com a capacidade de reflexão, sabendo que aquela experiência é meramente um sonho próprio.

No sonho lúcido, deixa-se de estar apenas "assistindo um filme" que talvez será recordado ao despertar, para viver toda essa experiência, mantendo a capacidade de raciocínio, memória e percepção da estrutura do sonho.

Todos nós sonhamos quando dormimos uma boa noite de sono. São de 4 a 6 ciclos que se repetem, contendo as mesmas fases. Cada um desses ciclos contém o que se chama fase REM (rapid eye movement - movimento rápido dos olhos) e é nessa fase que nossos sonhos são mais intensos.

Os registros em laboratórios do sono, as literaturas das pesquisas efetuadas, divulgadas até agora, apontam para presença de ocorrência dos sonhos lúcidos nos últimos ciclos do sono. São as fases REM tardias. Em que o período de sonhos mais intensos é maior. Significa que numa noite de sono, é preciso dormir mais do que 6h, para começar a atingir as melhores fases do sono e ter chances de ficar consciente enquanto sonha.

Vários métodos de indução como o MILD, WBTB, CAT entre outros, se aproveitam desse conhecimento. Orientam para o despertar após a 6h de sono e a continuação do sono, com o objetivo de ao voltar a dormir, estar mentalmente mais apto para acessar o sonho de modo consciente.

Os monges tibetanos praticam sonhos lúcidos há séculos, enquanto no ocidente, alguns registros esporádicos sobre as experiências foram se acumulando. O primeiro a usar o termo foi Van Eden em 1913, mas em 1867 o professor e marquês de Saint Denys já realizava auto-experimentações e por mais de 20 anos, anotou suas incursões oníricas, sempre buscando aprimorar essa habilidade.

A partir da década de 70, o estudo dos sonhos lúcidos fincou raízes como área de pesquisa científica. Sua comprovação em laboratórios do sono, aconteceu a partir dos estudos de Stephen LaBerge pela Universidade de Standford(EUA) e Keith Hearne pela Universidadde de Hull(Inglaterra). O crédito pela comprovação, ficou com LaBerge, o primeiro a publicar perante a comunidade científica, as conclusões de seus estudos sobre os sonhos lúcidos. A primeira evidência veio com o doutor Hearne, no qual o voluntário Allan Worsley foi a primeira pessoa a conseguir se comunicar por meio do movimento de seus olhos, enquanto sonhava.

Atualmente as pesquisas seguem mais intensas em centros como a Universidade de Heidberg, o Centro do Instuto de Saúde Mental de Mannhein, ambos da Alemanha; no Brasil, com Sidarta Ribeiro e Sergio A. Mota Rolim, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ursula Voos, Alan Hobson, Romain Holzmann, também de universidades e centros de estudos da alemanha. LaBerge e novos pesquisadores pela Universidade de Sandford e outros centros.

Todas essas pesquisas estão gradualmente remodelando a maneira de se encarar o ato de sonhar. Mas afinal, qual a utilidade de poder controlar e ficar consciente durante os sonhos?

Assumir o controle do sonho é só a lasca da pontinha do iceberg. A grande conquista está em conseguirmos desenvolver a consciência no estado mental dos sonhos. É aí que as atuais grandes pesquisas caminham. Estamos conseguindo acessar nosso cérebro num estado diferente da vigília. Quando estamos despertos ele funciona de uma maneira, mas enquanto sonhamos, podemos presenciar situações que não acontecem no estado desperto. Nosso pensamento lógico cede espaço para um turbilhão de criatividade e conexões diferentes.

Os sonhos são fontes de grandes descobertas ou soluções para problemas científicos, bem como criações artísticas magistrais: Elias Howe com a revolução na indústria têxtil, Mendelev com a tabela periódica, Kekulé com a cadeia de benzeno, Mary Shelley com Frankenstein, Paul McCartney com Yesterday... o sonho que salvou o filósofo Russell de cometer suicídio, os três sonhos numa noite de Descartes que impactaram por séculos no pensamento ocidental!... Que frutos podemos almejar ao obtermos livre acesso, num estado tão poderoso da nossa mente? A própria consciência pode ser alvo de intensos estudos...

 
 Saiba mais sobre as técnicas de indução, acesse:


O VIRA-LATA

 
Anoitece.
 
Daqui a pouco irei procurar um cantinho escuro de uma ruazinha qualquer, para dormir. Estou faminto! Hoje só consegui um restinho de comida fuçada na lixeira de um restaurante por quilo... mas agradeço a Deus, pelo dia de hoje.
 
Quem sabe amanhã seja um dia melhor.
 
"C’est la vie", diria um amigo francês.

Ainda me lembro da mamãe, juro! Ela cuidou de mim, me amamentou, me empurrou com o seu focinho gelado para eu dar os meus primeiros passos.... e eu caia, desajeitado!. Tenho saudades do aconchego do seu corpo, dos meus irmãozinhos, todos juntinhos, por ela aquecidos. Ah, quando a mamãe via alguém se aproximando de nós, sabe lá para quê... Ela rosnava ameaçadora, protegendo-nos, deixando-nos tranquilos, seguros. Mas eu cresci, e de repente me vi por aí, lutando pela minha sobrevivência. Meus dois irmãozinhos... acho que também estão por aí, se ainda vivem. Nunca mais vi a mamãe.

Eu não sou agressivo. Pelo contrário, sou passivo, tímido. Tenho medo de tudo e de todos. Tenho medo até de receber um carinho, pois, certa vez, desconfiado, mas abanando o rabo, aproximei-me de um rapaz, que, parecia, iria me acariciar... e quase me acerta um chute. Deu uma gargalhada. Não me acertou o focinho porque pulei para trás, assustado. Saí correndo, o rabo entre as pernas! Pensei: por que será que nos fazem isso? Eu não estava fazendo nada de ruim... só procurava alguma coisinha para comer... ou, quem sabe, receber um afago.

Vivo perambulando pelas ruas, onde até já vivi fugazes romances...

Às vezes vejo um semelhante que também vive nas ruas, mas é fiel amigo e faz companhia a um mendigo, que o adotou, cuida bem dele, protege-o. Divide com ele a pouca comida que consegue, apenas em troca de sua companhia. E o meu amigo, assim, é feliz. Dorme na rua, como eu... mas sob o mesmo cobertor de seu dono! Alguns outros tem mais sorte, quando adotados por nossos irmãos humanos – irmãos, sim, pois também somos filhos de Deus - de  boa índole. Passam a ter uma vida decente, saudável: casa, boa comida e roupa lavada! Até salão de beleza – que chamam de pet shop – onde tomam banho, fazem as unhas, aparam os cabelos e de onde saem perfumados! Os rapazes de gravatinha, as meninas, com fitinha! Vão embora de automóvel. Às vezes os vejo, latindo para mim, da janela dos carros. Acho até, que eles se sensibilizam com a minha situação. Mas eu não tive essa sorte... mas eu não tenho inveja disso. Minha vida é andar por aí, timidamente, mas livre. Não faço mal a ninguém, por isso não entendo porque sou chutado, enxotado...

Muitas vezes ouço o “Passa!...” e tenho de me afastar, rapidamente, cabisbaixo.
 
Acha que isso não me dói? Eu tenho sentimentos. Sinto mágoa, tristeza, dor física e moral. Sofro calado. Dizem que isso é visível em nós, cachorros. Vez por outra, tenho até momentos de alegria, quando uma alma bondosa me oferece algum resto de comida!  Ou me faz um cafuné, como dizem.  Sorrio e abano o rabo.

Pois é. Ando por aí, perambulando. Tenho medo, de tudo e de todos, do perigo das ruas...

Num dia desses, vi um irmão vira-lata ser atropelado por um carro, quando atravessava uma rua. Coitado... Vi seu ventre dilacerado, o sangue escorrendo no asfalto, seus olhos suplicantes, atônitos, sem entender o que acontecera. Morreu ali, rapidamente. Baixei a cabeça e fui embora, com aquela dor no coração. Gostaria, mas eu nada poderia fazer. O atropelador? Nem parou. Deve estar culpando o pobre coitado... “Sujou o meu carro, filho da ...!”

Sou um vira-lata.  Não tenho maldade. Só procuro um pouquinho de comida para sobreviver e, à noite, um lugarzinho para dormir. Não tenho preguiça. Se eu pudesse trabalhar, para ganhar o meu sustento, eu o faria... Dizem que nossos ancestrais eram livres, caçavam seu alimento. Depois o homem nos domesticou... Deu no que deu... Não temos onde, nem sabemos como caçar o nosso alimento.

Pela televisão – acho que foi na Globo, no JN -  em uma vitrine de loja na rua, eu soube, há pouco tempo, que em Londres, raposas são encontradas perambulando até nos jardins  de residências, em busca de comida. Porque os homens avançaram sobre os campos e matas em que viviam e de onde tiravam seu alimento.

Entre os irmãos humanos, existem também aqueles que não  tem trabalho, ou não o querem, aqueles que não tem onde morar, nem o que comer regularmente, e nem onde dormir. São chamados de moradores de rua, ou sem-teto.
 
Nós, cachorros, na mesma situação, somos chamados de vira-latas... É uma expressão pejorativa? Parece... Mas, hoje, muitos irmãos humanos se referem, carinhosamente, ao seu cãozinho que era um sem-teto, de meu vira-latinha! Se lhe perguntam,  respondem:“ É meu vira-latinha...” Simpático,  não?

Gostaria de ser, também, um vira-latinha, ter um dono, uma dona. Como não o tenho, prefiro ser apenas um vira-lata. Mais simpático do que a aquele ridículo Sem Raça Definida, que por hipocrisia - é por hipocrisia mesmo - chamam de S R D... , “cacete!”.
 
Mas nós, cachorros, não temos aquilo que muitos dos nossos irmãos humanos tem: inveja, preguiça,  ódio, vícios, falsidade,  e todo tipo de desvio moral.
 
Eu... sou um vira-lata.... um street-dog, como diriam os nossos irmãos norte-americanos. Não faço mal a ninguém.  Só quero, só preciso um pouquinho de comida para conservar a vida que Deus me deu!
 
 
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Nota Importante:
 
O amor que nosso irmão Jorge tem pelos animais encontrou retribuição de uma daquelas formas que ninguém ainda conseguiu explicar.
 
O "vira-latinha" dele demonstra possuir dotes artísticos, mais até que uma simples demonstração o bicho parece ter sentimento aflorado. Toda vez que ouve Noturno Op.9 - nº 02 de Chopin, "estufa o peito" e "solta a voz", talvez querendo fazer o solo... Só vendo (e ouvindo) prá crer - o nome do simpático "solista" é Toby:

 
(o som está um pouco baixo, mas dá para ouvir)
 

 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

CIDADANIA EM PAUTA

Exercer cidadania implica ir muito além do voto. Significa cobrar aqueles a quem outorgamos nossa representação, significa também mostrar claramente nossa preocupação com o bem estar social.
 
Cobrar comportamentos éticos, morais e de honestidade de nossos eleitos, assim como questionar decisões obscuras, mal explicadas, fazem parte da parcela da sociedade que de fato exerce a cidadania, mormente aqueles que pertencem a Ordem Maçônica que, dentre outros, tem por princípio o respeito à Leis e compromisso com a Justiça.
 
Temos aqui dois bons exemplos dessa prática, ambos materializados através de manifestações espontâneas de dois de nossos irmãos do quadro, Márcio Migliacci e Luiz Freitag, cujos exemplos merecem ficar registrados como se fossem "sementes" plantadas em nossos ideais. Cuidemos pois, de seu crescimento.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

IV ENCONTRO DA AMEM

 
Ir.’. Alfredo Roberto Netto
     Skype  - alfredo.roberto8
Fones (11) 9.9686.7324 / (11) 3101.2650

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Quem eram os ESSÊNIOS ????

Eram adeptos de uma seita judaica que existiu na Palestina, no Oriente Médio, entre os séculos 2 a.C. e 1 d.C. Os essênios viviam afastados da sociedade, no deserto, concentrados em estudar o Torá - escrituras sagradas para os judeus e que formam os primeiros cinco livros do Antigo Testamento -, jejuar, rezar e realizar rituais de purificação, numa espécie de comunismo primitivo, no qual todos os bens eram de propriedade coletiva. Em suas sociedades, que em geral excluíam mulheres, eles observavam rigorosamente os mandamentos de Moisés e obedeciam a uma estrita regra de disciplina, codificada em manuscritos, que regulava todos os detalhes da vida diária. O surgimento da seita ocorreu numa época em que a classe alta de Jerusalém, na Palestina, estava sob forte influência da cultura grega - racional e pagã. Uma das conseqüências da influência foi o afastamento entre o governo judeu local e alguns grupos religiosos, que pregavam a defesa de costumes mais tradicionais desse povo.
"Após 142 a.C., cresceu a tendência de separação entre os judeus. Os essênios, então, retiraram-se para o deserto ou áreas onde pudessem observar rigidamente os mandamentos de Moisés", diz o teólogo Rafael Rodrigues da Silva, da PUC-SP. As semelhanças entre certos rituais dos essênios e rituais dos primeiros cristãos, como batismo e comunhão, há muito tempo geram um grande debate entre os historiadores. Alguns acreditam que João Batista foi um essênio e há até quem suponha que Jesus Cristo teve contato com o grupo. Quem defende essas teorias lembra que as palavras essenoi, em grego, e esseni, em latim, são traduzidas como "aqueles que curam", o que seria uma referência a atividades parecidas aos milagres atribuídos a Jesus. No final da década de 1940, a descoberta de centenas de manuscritos atribuídos aos essênios, em cavernas na região do mar Morto, despertou a esperança de que o material pudesse confirmar finalmente a ligação entre a seita e os primeiros cristãos.
Após décadas de trabalho e controvérsias, a tradução integral dos manuscritos do mar Morto foi completada em 2002, mas não havia nenhuma referência direta a Jesus, João Batista ou aos primeiros cristãos. Os essênios provavelmente foram exterminados pelos romanos, ou obrigados a deixar suas comunidades e fugir para salvar suas vidas, por volta do ano 68 d.C.
FONTE : Mundo Estranho - Abril Cultural

terça-feira, 27 de agosto de 2013

VOLTAIRE: ATEU, TEÍSTA, AGNÓSTICO, DEÍSTA OU PANTEÍSTA?



Post do Ir.'. Homero Avila
Voltaire (1694 - 1778) é considerado um dos maiores defensores da liberdade civil e religiosa de todos os tempos. Iluminista consagrado, foi referencial para grandes nomes que se envolveram com a Revolução Francesa e a independência dos Estados Unidos.
 
Em matéria de religião, o filósofo não deixou de revelar seu ponto de vista e, embora não tendo sido ateu, nem católico, pediu que lhe fosse dada a extrema unção. Pedido não aceito, acabou assinando uma última declaração. Em carta a Diderot, escreveu:

RITO ESCOCÊS RETIFICADO

Tradução José Filardo
 
O Rito escocês retificado ou Regime escocês retificado (R.E.R.) é um rito maçônico de essência cristã fundado em Lyon em 1778.
 
Origens do rito
 
Ele foi desenvolvido principalmente por Jean-Baptiste Willermoz. Este célebre maçom de Lyon reformou o ramo francês da Estrita Observância Templária na Reunião Anual de Gaules em 1778, incorporando a ele elementos da Ordem dos Cohens Eleitos e renunciando ao Legado dos Templários. Podemos considerar esta data como o nascimento do R.E.R. Ele se inspira em diferentes sistemas iniciáticos existentes na época: a Ordem dos Cavaleiros Maçons Cohens Eleitos do Universo de Martinès de Pasqually, a Estrita Observância Templaria, maçonaria cavalheiresca inicialmente estabelecida na Alemanha em meados do século xviii e que se espalhou dali para o resto da Europa, o Escocismo Maçônico (os diferente altos graus maçônicos cuja organização cujo ainda não estava formalizada) a maçonaria azul de três graus (aprendiz, companheiro e mestre) conforme praticada pela Maçonaria francesa (GODF) naquela época e que se tornou o atual Rito Francês.

Encontro Anual - 2013 do Grande Priorado do Brasil do Rito Escocês Retificado da Ordem dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa

O Grão-Prior e Grão-Mestre Nacional Wagner Veneziani Costa convida todos os Irmãos e Cavaleiros para participarem do evento.
 
Clique nas imagens para mais informações:
  
 
 
Post do Ir.'. Manoel Oliveira Leite
 


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

PALESTRA: RESPONSABILIDADE SOCIAL DO MAÇOM

PROFERIDA PELO SOBERANO IR.'. MARCOS JOSÉ DA SILVA EM JULHO/2013 - ASSISTA O VÍDEO (11min40s)

Grão-Mestre Geral, Soberano Ir.'. Marcos José da Silva, em visita a A:.R:.L:.S:. Segredo, Força e União Picoense que comemorou nos dias 12 e 13 de julho seu 60º Aniversário, palestra sobre a responsabilidade dos brasileiros diante a corrupção, alguns pequenos atos praticados tem aspectos corruptos e um dos deveres dos maçons é lutar contra a corrupção em relação a juventude, que tem nas mãos a responsabilidade de um futuro melhor. Fala também sobre o exame de consciência individual e os direitos dos cidadãos.

CONVITE LOJA PAUL HARRIS

 


domingo, 25 de agosto de 2013

O Deus de Einstein


Quando, em 1921, perguntado pelo rabino H. Goldstein, de New York, se acreditava em Deus,
o físico Albert Einstein respondeu: "Acredito no Deus de Espinosa, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens".

Einstein enfrentou críticas, e o cardeal O’Connel, de Boston, publicou uma declaração na qual dizia que a teoria da relatividade "encobre com um manto o horrível fantasma do ateísmo, e obscurece especulações, produzindo uma dúvida universal sobre Deus e sua criação". Hoje o Papa parece conviver bem com a idéia de Deus ser uma força por trás do Big Bang, conciliando (na medida do possível) ciência e religião.

Seis anos depois, em uma carta escrita a um banqueiro do Colorado, Einstein explica: "Não consigo conceber um Deus pessoal que influa diretamente sobre as ações dos indivíduos, ou que julgue, diretamente criaturas por Ele criadas. Não posso fazer isto apesar do fato de que a causalidade mecanicista foi, até certo ponto, posta em dúvida pela ciência moderna. Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela no pouco que nós, com nossa fraca e transitória compreensão, podemos entender da realidade. A moral é da maior importância - para nós, porém, não para Deus".

No artigo Religião e Ciência, que faz parte do livro Como vejo o mundo, publicado em alemão em 1953, Einstein escreve: "Todos podem atingir a religião em um último grau, raramente acessível em sua pureza total. Dou a isto o nome de religiosidade cósmica e não posso falar dela com facilidade já que se trata de uma noção muito nova, à qual não corresponde conceito algum de um Deus antropomórfico (...) Notam-se exemplos desta religião cósmica nos primeiros momentos da evolução em alguns salmos de Davi ou em alguns profetas. Em grau infinitamente mais elevado, o budismo organiza os dados do cosmos (...) Ora, os gênios religiosos de todos os tempos se distinguiram por esta religiosidade ante o cosmos. Ela não tem dogmas nem Deus concebido à imagem do homem, portanto nenhuma Igreja ensina a religião cósmica. Temos também a impressão de que hereges de todos os tempos da história humana se nutriam com esta forma superior de religião. Contudo, seus contemporâneos muitas vezes os tinham por suspeitos de ateísmo, e às vezes, também, de santidade. Considerados deste ponto de vista, homens como Demócrito, Francisco de Assis e Espinosa se assemelham profundamente".

Para saber mais sobre a visão de Deus segundo Espinosa, clique aqui.

sábado, 24 de agosto de 2013

CHÁ DE CATUABA

CHÁ DE CATUABA
Jorge Nagado
 
Autor: Jorge Nagado
Recentemente, um amigo se referiu ao toró que desabara certa manhã sobre São Paulo, ou pelo menos na região do Ibirapuera e adjacências. Lembrei-me, então, de um curioso livro que adquiri, há muitos anos, mais precisamente em 1991. Na verdade um dicionário, A Língua Tupi na Geografia do Brasil, de autoria de Orlando Bordoni.

Ali aprendi que toró, na língua tupi, significa exatamente tempestade com ventania, ou no sentido que a utilizamos, uma tempestade, uma chuva muito forte.
 
Lembrei-me, então, de anotações que fiz, há muito tempo, colhidas daquele dicionário, sobre o significado de palavras em tupi, especialmente aquelas designando locais que conhecemos, ou palavras que usamos, ou ouvimos, no cotidiano. Transmito algumas.
 
Sempre todos ouvimos dizer que a região do Ibirapuera fora uma imensa capoeira. De fato, os índios chamavam o pedaço de Ibirapuera.
 
No centro da cidade, muitas vezes cruzamos o que todos conhecemos como o Vale do Anhangabaú, hoje uma larga e movimentada avenida que cobre o antigo rio de mesmo nome, o Anhangabaú, o  rio dos malefícios do diabo, porque o rio alagava e as águas empoçadas eram causas de doenças....
Indo mais longe, estamos em Cumbica, distrito do vizinho município de Guarulhos, onde foi inaugurado, em 1985,o então novo aeroporto de São Paulo. A escolha do local sofreu muitas críticas, inclusive do Estadão. Argumentava este que até os índios que habitaram o local sabiam da inconveniência da área para o empreendimento,  porque a designavam Cumbica, que quer dizer, exatamente, nuvem baixa ou nuvens baixas. Os índios notavam que a região era, constantemente, coberta por nevoeiro.

Ipiranga, como já era chamado o local onde foi proclamada a Independência do Brasil,   quer dizer rio vermelho. Assim os índios o chamavam possivelmente porque era um rio ou riacho de águas barrentas, em decorrência da cor avermelhada do solo do local, como sugere a patriótica pintura de Pedro Américo, retratando aquele fato histórico.

Imaginemos, agora, séculos atrás, os índios observando aquele rio majestoso, de águas límpidas serpenteando por entre florestas virgens e extensas várzeas, onde era abundante o peixe. Era o Tietê, rio grande. E, em determinada altura, o seu afluente, o Tamanduateí, rio de muitos meandros.

A região conhecida como Jabaquara, era o refúgio dos fujões.  Em alguma fonte, li que os escravos fugitivos lá se abrigavam.

Guarapiranga, garça avermelhada... Possivelmente naquela região, ao que parece de córregos e baixadas, havia muitas dessas aves. Hoje, a represa.
Jaguaré,  era o refugio de onças, com certeza, porque os nossos nativos sabiam que ali eram encontrados muitos destes felinos.

Mantiqueira, onde a chuva é contínua. À evidência, os nativos que habitaram a região, ou a baixada, observavam a neblina que cobria permanentemente aquela serra imensa, coberta de matas misteriosas.

Comento, ainda, que em nossa sociedade, às vezes estressante, pessoas mais sensíveis ficam jururu (melancólicas, tristonhas), preocupadas com o nhenhenhém (resmungo,  falatório interminável), expressão utilizada, certa ocasião, por FHC, lembram-se?

Finalmente, catuaba quer dizer homem forte. Creio que traduz o conhecimento dos nossos índios, do teor afrodisíaco daquela planta. 

Chá de catuaba...Tem sentido!
 
 
Escrito pelo autor em 07.12.12


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A parábola do Grande Inquisidor



Na parábola do Grande Inquisidor, no livro Os Irmãos Karamazov, Dostoievski descreve Jesus novamente entre nós, no século XVI. Ele havia voltado à terra e andava incógnito na multidão, mas todos o reconheciam e sentiam o seu poder, mas ninguém se atrevia a pronunciar o seu nome. Não era necessário. De longe o Grande Inquisidor o observa no meio da multidão e ordena que ele seja preso e trazido à sua presença. No cárcere, diante de um prisioneiro silencioso, ele profere uma longa acusação.

Em um trecho, o inquisidor questiona o legado de liberdade deixado por Jesus aos seus...
"Sem uma idéia nítida da finalidade da existência, prefere o homem a ela renunciar e se destruirá em vez de ficar na terra, embora cercado de montes de pão. Mas que aconteceu? Em lugar de te apoderares da liberdade humana, tu ainda a estendeste! Esqueceste-te então de que o homem prefere a paz e até mesmo a morte à liberdade de discernir o bem e o mal? Não há nada de mais sedutor para o homem do que o livre arbítrio, mas também nada de mais doloroso. E, em lugar de princípios sólidos que teriam tranqüilizado para sempre a consciência humana, tu escolheste noções vagas, estranhas, enigmáticas, tudo quanto ultrapassa a força dos homens e com isso agiste como se não os amasses, tu, que vieras dar tua vida por eles! Aumentaste a liberdade humana em vez de confiscá-la e assim impuseste para sempre ao ser moral os pavores dessa liberdade.

(...)

...o inquisidor se cala, espera um momento a resposta do prisioneiro. Seu silêncio lhe pesa. O cativo escutou-o todo o tempo, fixando-o com seu olhar penetrante e calmo, visivelmente decidido a não lhe dar resposta. O velho queria que ele lhe dissesse alguma coisa, ainda mesmo palavras amargas e terríveis. De repente, o prisioneiro aproxima-se em silêncio do nonagenário e beija-lhe os lábios exangues. É toda a sua resposta.”

Esse trecho do texto de Dostoievski traz uma instigante provocação ao valor do livre arbítrio, ao que fazemos da liberdade que nos foi dada pela Criação.
Na forma literária escolhida por Dostoievski, o monólogo, apenas o inquisidor fala. O prisioneiro se cala, não responde... Não é necessário. Como disse Ernest Renan “será punido  como todas as almas vulgares são punidas – pela sua própria vulgaridade...”


Leia o poema inteiro em: http://pt.scribd.com/doc/4840189/Fiodor-Dostoievski-O-Grande-Inquisidor

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

VAMOS TER CARNE DE "PRIMEIRA"?...

AGORA O BLOG PAUL HARRIS SOCIAL CLUB
TAMBÉM ACOMPANHA A "SÉRIE B" 
SÓ PRÁ VER NO QUE VAI DAR ISSO...

(Tabela de pontuação no final da página)


Para Reflexão

Qual a característica humana mais universal?
(extraído do filme Waking Life -
https://www.youtube.com/watch?v=cIpr0Qy5_m4)



Existem dois tipos de sofredores nesse mundo. Aqueles que sofrem da falta de vida e os que sofrem da abundância excessiva da vida. Quando se pensa nisso, quase todo comportamento e atividade humana são, essencialmente, nada diferentes do comportamento animal. As mais avançadas tecnologias e artefatos levam-nos, no máximo ao nível do super-chimpanzé. Na verdade, o hiato entre Platão ou Nietzsche e o humano mediano é maior do que o que há entre o chimpanzé e o humano mediano. O reino do verdadeiro espírito, o artista verdadeiro, o santo, o obreiro real, o filósofo, é raramente alcançado. Por que tão poucos?

Por que a História e a evolução não são histórias de progresso, mas uma indeterminável e fútil adição de zeros? Nenhum valor maior se desenvolveu. Ora, os gregos, há 3.000 anos eram tão avançados quanto somos hoje. Então quais são as barreiras que impedem as pessoas de alcançarem, minimamente o seu verdadeiro potencial? A resposta a isso pode ser encontrada em outra pergunta que é, qual a característica humana mais universal? O medo ou a preguiça?

Enviado e Lido em Loja pelo Ir.'. Rodrigo Grant

O MANIFESTO DOS GENERAIS

 
Post do Ir.'. Manoel Oliveira Leite
Cento e trinta (130) Generais se manifestam contra a Presidente Dilma. A imprensa permanece até hoje calada em relação ao assunto.
 
CENTO E TRINTA (130) GENERAIS se manifestaram publicamente contra a presidente DILMA. A mobilização ocorreu ha pouco mais de um ano, e o documento permanece ecoando na internet, mostrando que ha gente disposta a lutar pela verdadeira democracia. Os oficiais de alta patente dizem que o governo agiu de forma REVANCHISTA e INCONSEQUENTE, e que governa somente para parcelas diferenciadas da sociedade brasileira. A mídia, com muito medo de que a questão, que já é grave, alcance proporções estratosféricas, depois de vários meses ainda se mantém calada sobre o assunto.
 
Os oficiais signatários implicitamente avisam que têm influência sobre a tropa, deixando bem claro que são os responsáveis pelos pilares que fundamentam as forças armadas da atualidade. Avisam que as associações não se intimidarão frente aos acontecimentos e que o atual Ministro da Defesa não tem autoridade para censurar atos de entidades como clubes militares.
 
“O Clube Militar não se intimida e continuará atento e vigilante, propugnando comportamento ético para nossos homens públicos, envolvidos em chocantes escândalos em série, defendendo a dignidade dos militares, hoje ferida e constrangida com salários aviltados e cortes orçamentários, estes últimos impedindo que tenhamos Forças Armadas ...”
 
Entre os signatários destacam-se oficiais que ocuparam altíssimos cargos na hierarquia militar, como Zenildo de Lucena e Valdésio Guilherme de Figueiredo, destaca-se também o General Rui Leal Campello, herói da Força Expedicionária - Monte Castello. Em qualquer país sério essa movimentação seria manchete em todos os jornais e motivo de preocupação extrema. Afinal, se a nata das forças armadas está insatisfeita e se predispõe a colocar seu nome em um documento público, alguma coisa realmente importante está acontecendo. São homens sérios, que não "jogam conversa fora", e que têm muita informação e conhecimento sobre o Brasil, além de formação em altos estudos militares, política, estratégia e gestão. O mínimo que se poderia fazer seria ouvi-los oficialmente.
 
“Este é um alerta à Nação brasileira, assinado por homens cuja existência foi marcada por servir à Pátria, tendo como guia o seu juramento de por ela, se preciso for, dar a própria vida. São homens que representam o Exército das gerações passadas e são os responsáveis pelos fundamentos em que se alicerça o Exército do presente.”
 
Desde meados de 2012 o manifesto dos militares vem sendo divulgado em vários sites e blogs, principalmente os considerados de direita. Apesar da importância que têm seus signatários, parece que o documento ainda não conseguiu vencer as barreiras que separam o virtual do real. O manifesto tramita pela internet, e de site em site vai crescendo. A grande mídia parece que evita o assunto. Ha algum tempo o governo se ressentiu, e falou-se de ameaças de punições disciplinares contra os signatários, por parte do Ministério da defesa. Mas a verdade é que o manifesto continuou ganhando força.
 
Há de se considerar que se tão grande número de generais se opõe às ações da presidência da república isso pode significar que há realmente algo a corrigir. Se é que existe realmente uma situação conflituosa entre Governo e Forças armadas isso tem que ser reparado com urgência. Além dos 130 generais que assinaram o documento há ainda centenas de outros oficiais, juízes, civis e políticos que apoiaram o manifesto. http://sociedademilitar.com.br

HUMOR MAÇOM



terça-feira, 20 de agosto de 2013

UMA AULA DE DIREITO

 
Quando nosso novo mestre de "Introdução ao Direito" entrou na sala naquele 20 de agosto, após uma pequena pausa, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila.
 
- Qual o seu nome, filho?
 
- Hiram, senhor. (Respondeu-lhe prontamente o aluno).
 
- Saia de minha aula Hiram e não quero que volte nunca mais! (gritou o mestre).
 
Desconcertado, Hiram recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos nos ficamos envoltos por um pesaroso silêncio; estávamos na verdade indignados, mas ... ninguém falou nada, tínhamos que nos preocupar com nossos estudos. 
 
Logo em seguida, o mestre perguntou à classe:
 
- Para que servem as leis?
 
Assustados, começamos a responder:
 
- Para que haja uma ordem em nossa sociedade, disse alguém.
 
- Não! respondeu o mestre.
 
- Para cumprí-las.
 
- Não!
 
- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.
 
- Não!  Será que ninguém vai saber me responder?
 
- Para que haja justiça, falou timidamente um aluno que se sentava no fundo da classe, parecia até que tomava conta da porta...
 
- Ufa ! Até que enfim!
 
- É isso mesmo:-  Para que haja justiça !
 
  E continuou:
 
- Para que serve a justiça?
 
Mesmo incomodados pelo comportamento grosseiro daquele mestre, respondemos:
 
- Para salvaguardar os direitos humanos.
 
- Muito Bem; e o que mais?
 
- Para mostrar a diferença entre o certo e o errado.
 
- Para premiar a quem faz o bem.
 
- Não está nada mal ! (comentou nosso mestre).
 
- Agora me respondam:-
 
   “Agi corretamente ao expulsar Hiram da sala de aula?”
 
- Todos ficamos calados.
 
- Quero que todos respondam ao mesmo tempo!  “Sim ou Não?”
 
- Não! (foi a resposta dada em Uníssono)
 
- “Poderia se dizer que cometi uma injustiça?”
 
- Sim! (foi a resposta em côro)
 
- Então por que ninguém fez nada?
 
  “Para que servem as leis se não nos dispomos a colocá-las em prática?”
 
- Tenham sempre em mente:-
 
 “Todos nós temos o dever de reclamar quando presenciarmos uma injustiça.”
 
- Após uma pausa mais demorada, acompanhada de um profundo silêncio, o mestre olhou em sua volta e dirigindo-se a mim ordenou:
 
- Vá buscar Hiram!
 
Naquele dia recebemos a lição mais importante do curso de Direito:
 
Quando não defendemos nossos direitos, perdemos a dignidade.

20 de agosto de 2013 - "O DIA DO MAÇOM"

 
Ir.'. Homero Avila
"Não basta dar os passos que nos devem levar um dia ao objetivo, cada passo deve ser ele próprio um objetivo em si mesmo, ao mesmo tempo que nos leva para diante."
Johann Goethe
 

A data de hoje foi escolhida para representar o Dia do Maçom, é o dia em que devemos externar todo o nosso orgulho de integrar esta magnífica Ordem.

Queridos irmãos, valorizar nossa história não nos aprisiona no passado. Reconhecer a atuação histórica daqueles que nos antecederam é sobretudo nosso dever.

Não obstante, cabe a nós um papel transformador da sociedade.
 
Temos que nos empenhar em torná-la mais feliz, mas para isso precisamos agir com lucidez, paciência e determinação.

Por isso, somos homens de bem, iniciados, escolhidos por nossos méritos pessoais. Temos capacidade de agir e influir dentre os segmentos comunitários onde estamos inseridos e temos responsabilidades, as quais não podemos nos furtar.

Hoje, muito mais que uma data de comemorativa é um dia para reflexão sobre a nossa missão e reafirmar o País que queremos.
 
Quem sabe estejamos vivendo o momento de externamos à Sociedade a grande virtude de nossa Instituição: construir, pois construtores somos! Nossas bases são fortes e sólidas, estão fincadas na verdade, na ética na moral.

Que o Dia do Maçom de 2013 retrate nosso orgulho e o nosso desejo de influir na transformação que o nosso País precisa.

Fraternalmente,

Ir.'. Homero Farias Avila
 

 

domingo, 18 de agosto de 2013

QUEBRA CABEÇA DO MAÇOM - "DIFÍCIL"

SÓ PARA QUEM CONHECE...

(MOVA AS PEÇAS CLICANDO E ARRASTANDO PARA ENCAIXÁ-LAS)


sábado, 17 de agosto de 2013

FARINELLI - IL CASTRATO

O Filme: FARINELLI - IL CASTRATO
Farinelli (Andria, 24 de janeiro de 1705 — Bolonha, 15 de julho de 1782), como era conhecido Carlo Maria Michelangelo Nicola Broschi, foi um lendário cantor do século XVIII, o mais popular e bem pago cantor de ópera da Europa em sua época.
 
"Castrato" é o nome pelo qual eram conhecidos os cantores masculinos que, a fim de terem preservada na fase adulta, a tessitura vocal da infância, muito semelhante à voz feminina por assim dizer, eram submetidos a uma operação cirúrgica nos testículos para evitar a chamada "mudança de voz" nos meninos.
 
Tal prática atingiu seu auge nos séculos XVII e XVIII e surgiu da necessidade de vozes agudas nos grupos corais, pois a Igreja Católica não aceitava mulheres. Farinelli, como tantos outros meninos foi submetido à mutilante cirurgia entre 7 e 8 anos.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

REMINISCÊNCIAS - O PÔTI

O PÔTI
 
 
 
Lembro, com muitas saudades e emoção, do querido Pôti.
 
Não me esqueço de sua alegria sincera, sempre que chegávamos ao sitio do vovô Yamashiro, onde ele morava, a mais ou menos três quilômetros da vila de Cedro, litoral sul do Estado, geralmente nas nossas férias escolares de verão, em dezembro / janeiro, local das mais saudosas e gratas lembranças!
 
Saudades de verdade! Aquela sensação indescritível do nunca mais. Saudades indeléveis povoadas de matas, de pés de jambo, de picadas de borrachudos e de pernilongos, de pés de caqui, de tios e primos, do vovô, da vovó, de jabuticabeiras, de urtigas, casa de tábuas e barro, flores silvestres, de bosta do cavalo Trujilo, vara de pesca, arco de guatambu e flechas de bambu com pena de galinha, de bosta de galinha, eucaliptos, goiabeiras, lama, os camaradas (empregados do sítio) e o negro Otávio, bonzinho, uma espécie ajudante-de-ordens do vovô; espinho no pé, estrada de terra, noites escuras de meter medo, lamaçais, minhocas, grilos, barquinho feito de caxeta, pipas (que a gente chamava de papagaios), cigarras, sabiás, luz de lamparina ou de lampião a gás (o famoso Petromax, acho que era a querosene, com a camisinha que, acesa, ficava incandescente, produzindo a claridade), o trem da manhã, do almoço, do café e da janta, pintassilgos, rolinhas, água de poço retirada com um balde na ponta de uma corda, bananeiras, laranjeiras, tatu, periquitos, gaviões, lagarto, temporais, um galo, piquiras, manditingas e cascudos, brejauva, o canto do galo anunciando o amanhecer, cipós onde os Tarzans se penduravam, abacateiros, coquinhos, pés no chão, cobras d’água e, às vezes, uma jararaca ou uma coralzinha, tiriricas, carrapatos, pião, arapuca, melancia resfriada em uma tina de água fria, a primavera na entrada, por sobre o velho portão de madeira, os dois chapéus-de-sol, a leitoa e seus porquinhos, as galinhas e seus pintinhos, mais bosta de galinha, roupas no varal,  calor,  carrinho com rodas de carretel de linha de costura, guaraná sem gelo, estilingue, uma espingarda calibre 36, livros infantis, gibis, vitrola a corda e agulha, vinagre de banana que a vovó fazia, bolinhos caseiros, nabos e cebolinhas em conserva (que delícia!), batata-doce, caminhadas até a vila, para compras. Quantas e quantas lembranças!...
 
Na grande baixada, o extenso bananal do vovô, cortada por um córrego que, junto a um pontilhão, era a nossa piscina nas tardes ensolaradas, quentes e úmidas da região. Por entre as bananeiras, uma linha de trole – em grande parte com trilhos de madeira – de alguns quilômetros, construída pelo vovô, para transporte de cachos de bananas nanica que produzia, tipo exportação, como diziam os adultos, até o Desvio Furuya, uma estaçãozinha de trem, onde eram embarcados em vagões da Sorocabana e transportados para Santos e, dali, de navio, para a Argentina, segundo ouvíamos dizer. Às vezes, inundações de verão do rio Juquiá! Eu não imaginava, mas agora acho que o vovô sofria e perdia muito com elas.
 
No lado oposto à casa do vovô,  a um quilômetro, mais ou menos, por um estreito caminho pelo meio da mata e uma baixada, a família Akamine, amiga de longa data.
 
Esse era o pequeno paraíso daquelas nossas férias escolares de verão!
 
Esse  era o mundo do Pôti.
 
1948, 1950... e princípios dos anos  60.
   
Pressentindo  a chegada de visitas, lá surgia o Pôti, correndo, balançando o longo rabo   e latindo alegre morro abaixo, pelo estreito caminho marcado sobre a grama, que dava acesso à casa do vovô.
 
Sim, o Pôti era um cachorro, um daqueles vira-latas comuns, de pelos caramelados, que o vovô tinha em seu sítio. 
 
Pôti era um cachorro alegre, interessado, um bom sujeito... Estava sempre disposto a brincar, a participar de tudo. Mas era também  muito emotivo. 
 
Lembro-me, certa vez, o vovô estava sacrificando um enorme leitão para as festas  de começo de ano (os japoneses comemoram a chegada do Ano Novo), com uma enorme e pontiaguda faca. O suíno berrava, aliás, parecia que chorava alto, desesperadamente, enquanto seu sangue jorrava e era colhido numa bacia. 
  
O Pôti, sentado em frente, com o cenho franzido, tremia, mas tremia tanto!... Parecia que estava emocionado, vendo o sofrimento do leitão.
Não sei por quantos anos todos convivemos com o Pôti naquelas inesquecíveis férias escolares. 
 
Mas o Pôti também auxiliava a vovó. Ele era um exímio capturador de galinhas. Quando a vovó queria preparar um frango para o almoço ou jantar,  atraia as penosas através do artifício das  porções de  milho atiradas em leque, no terreiro.
 
O Pôti punha-se de prontidão. Sabia que teria uma missão a cumprir!
 
No meio daquela aglomeração agitada de aves, a vovó escolhia um frango, já bem carnudo e apontava: “Aquêre, Pôti!”
 
O Pôti identificava imediatamente o condenado e iniciava a perseguição, olhar determinado, concentrado no fugitivo.
 
A galinhada toda se alvoroçava e fugia em desordem, as crianças, digo, os pintinhos piando desesperados atrás de suas mamães-galinhas. Era um deus-nos-acuda! Algumas daquelas aves até conseguiam alçar pequenos e desajeitados vôos.
 
Mas o Pôti sabia qual era o seu alvo e não falhava.
 
Após alguns segundos de ziguezagueante perseguição, lá estava o Pôti, ar vitorioso, com as patas dianteiras pressionando no chão a sua presa, aguardando a chegada da vovó. (Ah! que saudades do vovô, da vovó. Do  forno de barro da vovó, ao lado do paiol, do seu fogão à  lenha na cozinha de chão fresquinho de terra batida! Ah! Quantas saudades! Nunca, nunca mais!....)
 
À noite o Pôti assumia as responsabilidades de vigia noturno, atento a qualquer ruído estranho nos arredores da casa. Seu latido era másculo, potente!
 
Com o passar dos anos, o Pôti às vezes parecia um pouco cansado... reflexo da senilidade canina. Mas era sempre gentil com todos os seus familiares  e amigos.
 
1960... 61?...Coitado do Pôti. Já idoso, acho que ele nunca  entendeu por que fora deixado, no sítio, quando o vovô e a vovó, já idosos  e merecendo um descanso junto aos seus filhos e netos, mudaram-se para São Paulo. Eles também com certeza sentiram muito a separação, mas, na época não havia outra solução. 
 
Mais tarde soube  que quando da mudança do vovô e da vovó para São Paulo, o Pôti não ficara no sítio, mas sim, fora dado para uma família amiga, na vizinha cidade de Juquiá. Em seguida ele retornara ao sítio e, ao que parece, como encontrara a velha casa vazia, buscou abrigo na casa daquela família vizinha e velha amiga, a Akamine,  que ele  bem conhecia. Ali, com o carinho daquela família, ficou até morrer. Deve ter morrido triste, saudoso, nos primeiros anos da década de ’60.
 
Soube, também, que por algum tempo o Pôti ia até a estação de trem da vila de Cedro, da velha Estrada de Ferro Sorocabana, ramal Santos-Juquiá, onde pela última vez estivera com o vovô, com a vovó, ou com uma das tias, quando fora levado para aquela família, em Juquiá, no trem da hora do almoço, e que retornava para Santos, à tarde, como trem do café. O Pôti com certeza aguardava o retorno, que nunca aconteceu!... 
  
Que eu saiba, o Pôti nunca teve uma companhia feminina, em casa. Que eu me lembre, nunca o vi namorando. Mas com a sua  ginga, sua simpatia, deve ter amado muito... deve  ter seduzido muitas cadelinhas, no  pedaço!
 
Coitado do Pôti! 
 
Por todos que o amaram, e que você amou e alegrou, perdão, Pôti! Muito obrigado por tudo, Pôti!
 
Penso: deve existir um céu também para estes nossos irmãozinhos, onde eles descansam em paz!  Acredito que -  pela pureza de seus sentimentos -  mereçam o mesmo céu dos homens, de quem eles sempre foram fieis amigos!
 
Ir.'. Jorge Nagado
Advogado e Amante das Letras

 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

FORA CABRAL!

Post do Ir.'. Jorge Nagado


Parece que o problema no Rio é antigo...



MEMÓRIA NO CÉREBRO DO IDOSO

 
Indivíduos de meia-idade raciocinam melhor que os mais jovens
 
Autor: Ir.'. Luiz Freitag
Na  região do hipocampo, parte do córtex cerebral,  semelhante a um cavalo-marinho, ocorre , provavelmente,  a fixação de todos os dados da memória, desde o nascimento. Todas as informações recebidas ficam sendo  repetidas nas áreas cerebrais, até se fixarem  na memória de longo prazo.
Caso não aconteça nenhuma alteração neurológica  no corpo humano, os dados  coletados ficarão retidos no cérebro, a não ser, p. ex. no caso de Doença  de Alzheimer. Essa memorização não se perde  e o raciocínio fica cada vez melhor a medida que os anos passam. Assim é óbvio que decisões tomadas por um jovem de 20  anos não tem o mesmo  tirocínio  de uma pessoa mais idosa, mais experiente.
A memória  pode falhar momentaneamente, já a partir dos cinquenta anos , porque a velocidade do processamento de informações ao cérebro fica diminuída. O estudo do cérebro  de várias pessoas de mais de 70 anos vem sendo pesquisado por  cientistas em todo o mundo. A conclusão até agora dessas experiências ,é a de que  indivíduos de meia-idade raciocinam melhor, sendo mais criativos do que os mais jovens, apesar do envelhecimento.
Já se sabe que a perda contínua de células nervosas é uma consequência do passar dos anos, mas não irão produzir grandes alterações  nas funções  de decisão de um cérebro normal.  O que todos os pesquisadores estão de acordo é de que períodos de perda de memória como atenção, lembrança de algum fato recente ou execução de uma tarefa simples, poderão serem realizadas com mais lentidão, muitas vezes até relacionadas com excesso de estresse, mudanças bruscas de  humor, insônia e sedentarismo, mas nunca  envolvidas com a diminuição dos neurônios.
É o que sempre  recomendamos em seguir um estilo de vida com diversos cuidados como ter amigos e saber preservar as verdadeiras amizades, aproveitar o lazer de cada dia para ler um bom  livro, ter uma ocupação prazerosa e não deixar de fazer  as caminhadas . Não faça exercícios como uma obrigação ( a não ser por necessidade  para tratar alguma doença). Faça atividades que lhe darão prazer, descubra aos poucos quais  ações combinam com a sua maneira de ser. Alimentação é importante com escolha de alimentos ou por recomendação médica ou pelo prazer  que despertará. Apreender uma nova língua, ver coisas novas farão bem tanto ao cérebro como ao organismo geral.
Dormir o suficiente para não acordar cansado. Fale com seu médico caso tenha perturbações  frequentes no sono noturno. Não tome medicamentos que não tenham sido bem avaliados pelo seu médico de confiança. Mesmo vitaminas podem produzir efeitos colaterais quando tomadas com outros medicamentos  necessários.
Tenha uma vida social, sexual e familiar o mais organizada possível e seus neurônios só  agradecerão para poder emplacar uma vida mais longa e saudável.
 
Luiz Freitag
Autor do livro
“Como transformar a terceira idade na melhor idade”
Ed. Alaúde(SP)Geriavita1@uol.com.br

DILMA ET CATERVA


Post do Ir.'. Luiz Freitag
A presidente Dilma et caterva finalmente recuou em sua investida contra os Médicos, ao desistir de obrigar os estudantes de Medicina a aumentar em 2 anos o curriculum médico. E os companheiros estrangeiros que viriam sem o Revalida? Só falta agora recuar na questão do debatido Ato Médico. 
 
Dr. Luiz Freitag
Médico

A ESPADA FLAMEJANTE

Post do Ir.'. Márcio Migliacci
A “Espada Flamejante” é um dos objetos mais simbólicos e sagrados na Maçonaria. É usada tanto nas Lojas Simbólicas como nos Altos Graus para sagração nas Iniciações, Elevações, etc. Entretanto, há uma pequena controvérsia sobre seu nome: “Espada Flamejante” ou “Espada Flamígera”? Segundo o Dicionário Caldas Aulete, praticamente não existe diferença nas definições, entretanto a palavra “Flamejante” tem um sentido figurado, e é nesse sentido que é usado na Maçonaria. FLAMÍGERA ou FLAMÍFERA: adj. || que traz ou causa chamas. F. lat. Flammifer. FLAMEJANTE ou CHAMEJANTE: Que lança flamas (fogueiras flamejantes); Chamejante. Sentido figurado: 1) Fig. Que é vistoso, que chama a atenção (olhares flamejantes); 2) Brilhar, cintilar; FULGURAR. [int.: No alto, as estrelas flamejavam.]; 3) Fig. Aparecer como algo que faísca ou parece faiscar; CHAMEJAR. [td.: Seus olhos flamejaram o ódio pela sala toda, em busca da rival.] Portanto, nos parece lógico, usar o termo Flamejante nos textos maçônicos. A Espada Flamejante é diferente de tudo que é mencionado sobre espadas. Aparentemente, ela não está descrita em nenhum livro que não seja aquele que relate as coisas pertencentes à Ordem Maçônica. Sua lâmina não é retilínea, mas ondulada, assemelhando-se à labaredas de fogo. Conforme pode ser lido no Livro Sagrado, a Bíblia, ela foi empunhado pelos Anjos do Senhor, Guardiões da Porta do Paraíso Terrestre, como verdadeira Espada de Fogo: “E expulsou-os; e colocou, no oriente do Jardim do Éden, querubins armados de espadas flamejantes, para guardar o caminho da Árvore da Vida ” (Gen.3:24). Até onde se sabe, os historiadores não têm, além dessa informação obtida na Bíblia descrita acima, outras informações que esclareçam a origem dessa arma de formato tão peculiar. A Maçonaria Simbólica adotou-a, pois representa, sem dúvida, a emancipação da força, de proteção, de defesa e de ação.  Tem significados tremendamente profundos na Simbologia Maçônica, sendo talvez, o principal deles, a arma a ser usada na luta eterna na dualidade entre o “Bem” e o “Mal”.  Simboliza também o poder possuído pelo Venerável Mestre de Iniciar novos Aprendizes, Elevar novos Companheiros e Exaltar novos Mestres, na loja Simbólica. O Venerável Mestre é a autoridade máxima da Loja, e deve ser o mais correto de todos os Irmãos. Esta retidão exemplar é simbolizada pelo “Esquadro” e a autoridade máxima é simbolizada pela Espada Flamejante. Ela só pode ser tocada, em Loja, pelo Venerável Mestre ou por um outro Mestre Instalado. Deveria estar sempre guardada num estojo próprio e ser oferecida ao Venerável Mestre nas Iniciações, Elevações, etc, mas hoje é comum, ser mantida, exposta, no Altar durante todas as Sessões, mesmo nas Sessões Ordinárias. Portanto, me parece lógico, também, que ela NÃO deve ser encostada no candidato, durante a Sagração. Somente deverá ficar próximo do mesmo. Ampliando os limites de nossa mente, podemos afirmar que, a Espada Flamejante, quando empunhada pelo Venerável Mestre, sem dúvida alguma, é a representação da força, do poder, da magia e do encanto da Maçonaria Universal, espalhada por todo canto da Terra. Essa mesma Maçonaria que tem aperfeiçoado os homens pelo Amor, pelo Caráter e pela Tolerância.
 
 
Autor: M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto